Primeiro laboratório de artes imersivas da América Latina é inaugurado com exposição de Leonardo Da Vinci

Visualfarm Gymnasium, em São Paulo, tem o intuito de trazer para o Brasil experiências conhecidas em outras países


Por Agência Estado

09/05/2025 às 13h51

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 Visualfarm Gymnasium é o primeiro Laboratório de Artes Imersivas da América Latina e recebe exposição sobre Da Vinci (Foto: Visualfarm Gymnasium/ Divulgação)

Imergir na mente de Leonardo da Vinci é aceitar ser levado a diferentes lugares, já que ele pode ser descrito de várias maneiras: inventor, pintor, anatomista, cientista, poeta, músico… E se arriscar em criar uma exposição que resuma o que ele foi para o mundo significa se jogar em projetos inacabados, uma infinidade de documentos e na complexidade de um gênio.

Alexis Anastasiou topou o desafio não uma, mas duas vezes. Fundador do estúdio Visualfarm, foi ele o responsável pela mostra imersiva “Os mundos de Leonardo da Vinci”, que ocupou o Morumbi Shopping em 2023. A exposição foi a maior já feita sobre Da Vinci no país.

Uma versão 2.0 da mostra foi a escolhida para inaugurar o espaço Visualfarm Gymnasium, o primeiro Laboratório de Artes Imersivas da América Latina, em São Paulo. O espaço se propõe a trazer ao Brasil o que é visto em lugares como o Atelier des Lumières, em Paris, o teamLab Borderless, em Tóquio, e o Frameless, em Londres.

Anastasiou sabe que a palavra “imersão” atrai um público expressivo e diverso no país. Por isso, a nova exposição foi concebida para ser vivida de diversas formas, seja ouvindo explicações sobre a vida de Da Vinci com fones, conversando com um ator que interpreta Giorgio Vasari, o primeiro biógrafo do artista, ou apenas aproveitando em silêncio. “A ideia da imersão é você superar o seu ‘agora’. É ser transportado para outro lugar. É isso que o cinema faz um pouco com a gente”, diz.

Um tobogã recebe os visitantes e os leva para dentro de um domo. Pessoas com problemas de locomoção têm como opção o acesso por um elevador adaptado. Com 200 m², o domo exibe um pouco da história de Da Vinci. O público pode deitar em pufes para “sobrevoar” a cidade onde cresceu o artista: Florença, na Itália.

O domo deve ser usado como uma espécie de planetário na próxima mostra: em junho, a exposição Astro, sobre astronomia, ocupa o espaço.
Em seguida, o público percorre aspectos pouco explorados da vida de Da Vinci. Um salão com um pé-direito de 13 metros exibe réplicas de invenções do renascentista, pinturas marcantes e figurinos de teatro e para o carnaval.

As réplicas são novidade com relação à versão 2.0″ da mostra e foram criadas agora. Ali, óculos de realidade virtual oferecem um novo “voo” sobre Florença. “Nessa exposição, é como se você estivesse passando por um filme, mas é um filme de que você faz parte”, explica Anastasiou.

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(Foto: Visualfarm Gymnasium/ Divulgação)

Detalhes da exposição

Uma passagem secreta nos banheiros leva à Camera Segreta (câmara secreta, em italiano). Lá, detalhes pouco abordados da vida do artista ganham explicações. Da Vinci teve um relacionamento homoafetivo? Por que ele foi acusado de sodomia? Por que dissecava corpos humanos mesmo com a proibição da Igreja?

“Exposições sobre Leonardo, geralmente, não falam que ele era homossexual, por exemplo. E aí você fica naquela figura do Leonardo como se ele fosse apenas um engenheiro e um pintor”, diz Anastasiou. “Nós podemos fazer isso porque somos um espaço independente.” O gran finale é um salão imersivo com paredes de nove metros de altura. Lá, é exibida uma reconstituição em escala real do refeitório de Santa Maria delle Grazie, em Milão, onde está pintada “A última ceia”.

Da Vinci levou quatro anos para finalizar a obra, mas o processo criativo do artista é esmiuçado em poucos minutos – e em enorme escala. Outras obras marcantes, como o “Homem Vitruviano” e a “Ginevra de’ Benci”, também ganham projeções.

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