Cartas a JF: A cidade vista por Fernanda Matos
Querida Juiz de Fora,
O que dizer a você que foi a minha morada durante quase vinte anos? Meu endereço mudou de cidade, mas o meu coração não. De um modo geral, os juiz-foranos são muito mais humanos e agradáveis que os habitantes de outras cidades que tive a oportunidade de conhecer. Se eu pudesse dar um conselho aos seus habitantes, cara Juiz de Fora, diria isso: continuem se preocupando com o próximo e sendo gentis, apesar de tudo. E nem é preciso elaborar um grande projeto. Pequenas iniciativas fazem toda a diferença: um olhar encorajador, uma resposta educada, uma ajuda possível.
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Algumas ruas dos bairros onde morei ainda se fazem presentes na minha memória como recantos de tranquilidade que, infelizmente, não voltam mais. A Rua São Mateus e a Rua Mamoré, por exemplo, eram vias sossegadas como hoje em dia não se vê mais. O bairro Estrela Sul não existia, e a Ladeira Alexandre Leonel era quase inabitada: eis o motivo do trânsito tranquilo no bairro São Mateus daquela época. Que fique claro, estimada Juiz de Fora: não sou contra a sua expansão e a criação de novos bairros, mas é preciso um planejamento cuidadoso. Ideias criativas podem surgir por meio de “Editais de Chamada Pública” com o objetivo de selecionar projetos que apresentem soluções inovadoras para melhorar o trânsito nosso de cada dia e trazer mais qualidade de vida aos juiz-foranos.
Também me lembro de casarões da Avenida Rio Branco que faziam parte do imaginário coletivo e hoje em dia não existem mais. É de cortar o coração: edificações que eram testemunhas vivas da sua história, querida Juiz de Fora, foram demolidas para dar lugar aos famigerados estacionamentos. Por isso, um último conselho: conscientize os cidadãos de que a sua memória pertence a todos e o respeito ao patrimônio histórico e cultural depende de cada um de nós. Lute pela sua memória, Juiz de Fora! Para que possamos continuar comemorando outros 169 anos de história…
Com carinho,
Fernanda Maria Matos da Costa
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Participe:
Quer participar do projeto? Basta escrever sua cartinha no formato descrito e enviar para [email protected] ou para o WhatsApp (32) 99975-2627 – porque as cartas, como outras formas de comunicação e linguagens, também foram transformadas pela tecnologia.(Ah! Se quiser mandar um vídeo de até 30 segundos, em formato horizontal, se declarando a JF, será um sucesso, fique à vontade!).
Tópicos: cartas a jf