Antigo Centro Hiperdia deixa de funcionar no Imepen
Após chamamento público realizado pela PJF, serviços serão gerenciados pela Acispes e retomados a partir de 9 de julho
Os atendimentos no antigo Centro Hiperdia, que foi rebatizado recentemente de Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE), Eixo Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus e Doença Renal Crônica, que eram realizados pela Fundação Instituto Mineiro de Estudos e Pesquisas em Nefrologia (Imepen), foram transferidos para a Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé da Serra (Acispes). A mudança se deu como resultado da chamada pública, realizada pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), publicada no Atos do Governo do dia 27 de junho. O processo qualificou as duas empresas, mas a prioridade, por força da Constituição federal e por ser uma entidade pública, definiu a Acispes como a nova prestadora. Com isso, a expectativa é que os serviços sejam retomados a partir de 9 de julho.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que a Acispes manterá todos os serviços ofertados pelo Imepen, sem prejuízos à assistência da população, garantindo a manutenção dos bons serviços prestados. Neste momento está sendo feita a transição, quando o banco de dados dos assistidos serão transferidos para a Acispes, que irá providenciar o reagendamento das consultas programadas.
Na última quinta-feira (28), a Fundação Imepen publicou uma carta de agradecimento aos usuários e outros parceiros a respeito do encerramento das atividades do CEAE dentro da entidade. “É com imensa gratidão que encerramos a prestação de serviços referente ao programa CEAE (Centro Hiperdia) pela Fundação Imepen. Ao longo desses oito anos, enfrentamos diversos desafios. Para superá-los foram necessários parceiros que acreditassem nos desafios e na capacidade de sairmos vitoriosos, foi exatamente isso que encontramos em cada um de vocês. De todos, nosso maior desafio foi realizar no dia a dia um trabalho pautado no respeito à dignidade humana, no acolhimento, na humanização do cuidado em saúde, na atuação interdisciplinar e na oferta de um tratamento de qualidade e efetivo. Encerramos com a certeza de termos contemplado cada um deles, certeza que identificamos no olhar de cada usuário, em cada expressão de carinho e gratidão, em cada simples gesto de melhoria de qualidade de vida e em cada carta de agradecimento recebida”, diz o comunicado.
Em entrevista à Tribuna, a gerente da Fundação Imepen, Tatiane Flávia, reiterou que apenas os serviços realizados pelo CEAE foram encerrados, e garantiu que as atividades no local continuam normalmente. “O Imepen não fechou, ele vai funcionar em outras frentes de trabalho, bem como as pesquisas clínicas e outras parcerias”, informou. Nos últimos dias, quem circulou pelo Centro Comercial São Pedro, onde o Imepen funciona, se deparou com as portas fechadas. Porém, segundo a gerente, trata-se apenas de um momento de reestruturação. “Queremos fazer a transição da forma responsável, pensando sempre no usuário. Entendemos que o processo de chamamento público foi transparente e não há, de nossa parte, qualquer questionamento. Só temos que agradecer ao período que o programa esteve conosco e aos usuários. Nosso propósito, agora, é tranquilizar o usuário, já que boa parte deles já foi informada sobre a transferência”.
Impactos
Por conta da saída do CEAE da instituição, houve redução de mais de 80% no quadro de funcionários. Dos 65 trabalhadores, em média, incluindo colaboradores e corpo clínico, o Imepen conta, agora, com cerca de dez pessoas. “Todos esses colaboradores receberam as indenizações, não deixamos nenhuma lacuna. Em breve o Imepen estará atendendo novamente”, finalizou a gerente da fundação. A Secretaria de Saúde informou também que a Acispes se mostrou interessada no aproveitamento de parte dos trabalhadores vinculados ao Imepen, o que deverá ser viabilizado por meio de processo seletivo a ser realizado.
Nos oito anos em que o CEAE esteve sob a gerência do Imepen, foram realizados uma média de seis mil atendimentos por mês a usuários hipertensos, renais crônicos e diabéticos não só de Juiz de Fora, mas de outras 36 cidades da região. O Imepen é uma fundação privada, sem fins lucrativos, fundada em 1986 por iniciativa de professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com o objetivo de apoiar os programas de ensino, pesquisa e extensão da disciplina e serviço de nefrologia da UFJF. Ele também abriga o Núcleo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e Tratamento em Nefrologia (Niepen), criado em 1999 pela mesma disciplina do curso de medicina da UFJF, além de ministrar cursos na área médica e também em ações sociais.