Adolescente diz ter recebido R$ 5 mil para matar
Um adolescente de 17 anos foi apresentado, na tarde desta quinta-feira (29), pela Delegacia Especializada em Homicídios como executor do assassinato de Walter José de Freitas Souza, morto com três tiros, um deles na cabeça, em dezembro do ano passado, no Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste. O rapaz teria agido com matador de aluguel e recebeu R$ 5 mil pelo serviço. Ele foi apreendido em casa, no Bairro São Bernardo, e foi encaminhado à Vara da Infância e Juventude. De acordo com o delegado Rodrigo Rolli, que coordena as investigações, será solicitada à Justiça o acautelamento do adolescente.
[Relaciondas_post] Segundo o policial, o jovem, durante seu depoimento, confessou o crime e, de forma bem detalhada, contou a maneira como foi praticado. “Ele disse que recebeu R$ 5 mil pela morte da vítima e aceitou fazer o serviço porque estava precisando muito de dinheiro”, relatou Rolli, acrescentando que o adolescente foi localizado graças ao trabalho de investigação dos agentes da especializada. “Tínhamos apenas uma imagem do suspeito e, por meio dela, nossos policiais começaram o trabalho até chegar, de fato, ao adolescente. Isso depois de quase dois meses do assassinato”, destacou o delegado. Testemunhas foram hoje à delegacia e reconheceram o adolescente como o autor do crime.
Emboscada
Ainda em seu relato, o jovem contou que ficou dois dias de tocaia, esperando a oportunidade de matar Walter. “Ele contou que no primeiro dia tentou cometer o crime, mas perdeu a vítima. No segundo, disse que ainda conversou com Walter, que quis saber o que ele estava fazendo ali na rua, já que estava há muito tempo no local. O garoto disse que estava esperando a namorada que trabalhava em um padaria próxima. A vítima chegou a oferecer a ele um suco”, afirmou o delegado. “Quando Walter saiu do seu escritório, por volta das 18h, foi surpreendido e morto com três tiros”, explica Rolli.
Rodrigo Rolli pontuou que a investigação continua em busca do mandante do crime e do intermediário entre este e o adolescente. Ele não detalhou a linha de trabalho, mas afirmou que teria relação com a atuação profissional da vítima em uma agência de financiamento. Segundo Rolli, o mandante do crime tinha muito conhecimento da vida da vítima. “Essa linha de investigação foi corroborada pelo depoimento do adolescente. Agora vamos buscar uma segunda pessoa que seria o intermediário entre o executor e o mandante, além do próprio mandante”, afirmou o delegado, completando que o intermediário já foi identificado, mas ainda é preciso localizá-lo, para, em seguida, chegar à pessoa que encomendou o crime.
Dossiê
“O mandante e o executor não se encontraram pessoalmente antes do crime, tudo teria sido tratado por telefone. Além disso, como aponta o depoimento do jovem, ele recebeu um dossiê, que estava em um pasta que foi deixada para ele em uma praça, no Bairro São Bernardo. No material, havia fotos e fartas informações sobre a vítima, endereços residencial e comercial e seus horários, o que nos leva a crer que o mandante seria alguém muito próximo da vítima, já que conhecia toda a vida dela”. A fim de colher mais provas para esclarecer o crime, a polícia irá rastrear as ligações do telefone do adolescente. Ainda conforme o delegado, o garoto também confessou mais um homicídio cometido contra uma mulher em 2014, que também já está em apuração.
Walter, de 48 anos, foi executado, por volta das 18h30, na Rua Santa Terezinha, uma das vias mais movimentadas do bairro, em 17 de dezembro. O crime chamou a atenção por ter ocorrido em um horário de grande circulação de carros e pessoas, além de ter sido registrado no entorno de duas instituições responsáveis por garantir a segurança pública: a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil e o 2º Batalhão de Polícia Militar. A vítima seguia em direção ao seu carro, estacionado na rua, quando foi surpreendido pelo suspeito, que estava a pé e fugiu em direção ao Bairro Manoel Honório.