Homicídio no Aeroporto: Juíza decreta prisão preventiva de cinco suspeitos; 7º investigado se apresenta à Polícia

Quinteto aguardava audiência de custódia; em cumprimento de mandado, outro investigado foi preso preventivamente nesta tarde


Por Bernardo Marchiori*

27/03/2025 às 18h08- Atualizada 27/03/2025 às 18h42

Quatro dias após o homicídio de Sebastião Felipe Ladeira, de 37 anos, os cinco suspeitos presos em flagrante tiveram a prisão convertida em preventiva. O despacho foi feito pela juíza Joyce Souza de Paula. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) à Tribuna nesta quinta-feira (27). Também na tarde desta quinta, a Polícia Civil informou que um sétimo investigado pelo crime também foi preso preventivamente.

O decreto das prisões preventivas de Rafael Jefferson de Souza Venâncio, Victor Oliveira Assis Madeira, João Pedro Lopes da Silva Souto, João Carlos de Oliveira e Ricardo Venturini Matozinhos Matos acontece no mesmo dia em que mais um investigado foi preso pelo crime. No final da tarde desta quinta, a Polícia Civil informou que cumpriu mandado de prisão preventiva de um homem de 28 anos, sétimo suspeito preso pelo assassinato no Bairro Aeroporto, após o investigado ter se apresentado à Polícia Civil.

Antes, na quarta (26), foi realizada a prisão de um sexto suspeito, que não havia se apresentado à Polícia até aquele momento. Pelo menos mais um investigado ainda não compareceu à delegacia.

O laudo pericial, anexado ao processo judicial confirmou que a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico contuso, provocado por instrumento contundente. Entretanto, foi apontado que não há “elementos para afirmar ou negar meio cruel” no homicídio. O que motivou o óbito, entre as agressões e o atropelamento, ainda não foi divulgado durante as investigações.

Segredo de Justiça

Mais cedo na quinta, a Polícia Civil e os advogados dos suspeitos do homicídio solicitaram ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que o caso entrasse em segredo de Justiça. O pedido foi feito devido à mobilização da população causada pela comoção com o crime e as centenas de acessos às investigações, inicialmente públicas.

Ao mesmo tempo que o movimento coletivo ajudou a Polícia a ter acesso a vídeos, também resultou no vazamento e compartilhamento das fotos do laudo de necropsia da vítima. Para a família, isso representa “uma humilhação à memória do Sebastião Felipe”.

Em resposta à Tribuna na tarde desta quinta, o TJMG informou que “o procedimento está sob segredo de Justiça”. Desta forma, somente pessoas cadastradas passam a ter acesso aos documentos juntados nos autos. A advogada dos três seguranças e do sócio do Madeira’s Lounge, Camila Vieira Viana Barbosa, conversou com a equipe de reportagem na parte da manhã e contou que houve centenas de visualizações de diversos advogados às apurações, o que pode atrapalhar as investigações.

A delegada Camila Miller, da Delegacia Especializada de Investigação de Homicídios em Juiz de Fora, confirmou que, em determinado nível, as divulgações arbitrárias nas redes sociais podem comprometer as apurações. Ainda sim, ela ressaltou a garantia do compromisso e da seriedade na condução do caso em conformidade com a Justiça.

Segundo o advogado Renan Gaudereto, representante da família da vítima, o pedido para sigilo já havia sido feito pela outra parte durante audiência de custódia que ocorreu na segunda-feira (24). Já na quarta-feira, o MPMG reafirmou a necessidade do segredo de Justiça.

Em nota encaminhada à Tribuna, a Polícia Civil informou que não coaduna com a divulgação e o compartilhamento de imagens de necropsia de vítimas, e que já verificou que a publicidade do laudo não ocorreu no âmbito da Polícia Civil. A corporação ressaltou que “todas as providências necessárias foram tomadas para resguardar o necessário sigilo”. A PCMG destacou, ainda, que o compartilhamento de imagens de pessoas mortas na internet pode configurar o crime de vilipêndio a cadáver, previsto no Código Penal, com pena de detenção, podendo ser agravada para até três anos de reclusão.

*Sob supervisão do editor Gabriel Silva

Tópicos: aeroporto / homicídio / TJMG

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.