Eixo se solta, e ônibus perde duas rodas
Atualizada às 18h10

Uma falha mecânica envolvendo um ônibus coletivo urbano assustou quem passava nesta sexta (25), no início da manhã, pela Avenida Rio Branco, altura do Bairro Manoel Honório, Zona Leste. Duas rodas traseiras se soltaram do veículo, que transitava a partir do Centro, indo parar na Praça Alfredo Lage, no lado oposto da via. Duas mulheres, de 44 e 52 anos, passageiras do coletivo, ficaram feridas e precisaram ser encaminhadas ao HPS por uma ambulância do Samu. Até o fim da tarde desta sexta, a mais nova permanecia no hospital, passando por avaliações. Ela estava lúcida e orientada. Por sorte, ninguém foi atingido pelas rodas. Conforme o boletim de ocorrências da Polícia Militar, o incidente teria ocorrido após o eixo esquerdo traseiro ter se soltado. No entanto, outra falha mecânica, ocorrida minutos antes, chama a atenção.
De acordo com o boletim de ocorrências, quando o motorista estava na Rua Água Limpa, no Santa Luzia, Zona Sul, ele notou que saía fumaça do ônibus, fato que o fez, imediatamente, evacuar o coletivo e entrar em contato com a empresa. Conforme o documento policial, por telefone, ele foi orientado a seguir viagem até o Eldorado, Zona Nordeste, onde seria feita a substituição. No trajeto, ele deveria recolher os passageiros nos pontos. As rodas se desprenderam cerca de seis quilômetros após o surgimento da fumaça.
Ônibus de 2007
O ônibus da Santa Luzia pertence ao Consórcio Via JF. Fabricado em 2007, estava em operação há nove anos, prazo autorizado pela Settra, conforme o recém-concluído edital de licitação do transporte público. Isso porque a idade média da frota deve ser de cinco anos, mas são aceitos veículos com até dez anos de uso.Conforme a assessoria de imprensa dos Consórcios Integrados do Transporte Urbano de Juiz de Fora (Cinturb), o carro passou por revisão recente e compõe a frota da empresa. Seria pintado, em breve, com a nova identidade visual dos coletivos. O fato ocorrido, segundo o Cinturb, foi resultado da quebra de uma peça por fadiga estrutural, o que seria imprevisível e raro. Sobre a fumaça, disse que o episódio não tem relação com o problema nas rodas.
Manutenção
Segundo a chefe do Departamento de Transporte Público da Settra, Andrea Santos, o ônibus havia passado por manutenção preventiva, feita a cada 15 dias, dentro da empresa, na quinta-feira (24), conforme documentação entregue à secretaria. Além disso, a vistoria anual estava regularizada. “O problema do carro pode ser considerado fatalidade. Nenhuma manutenção preventiva conseguiria verificar este fato”, disse.
Sobre a conduta da empresa ao orientar o motorista a seguir viagem, mesmo após a fumaça, informou que a ligação foi feita para o responsável pela oficina mecânica da Viação Santa Luzia. “Pela avaliação deste responsável, foi concluído que não havia riscos, e outro ônibus já estava preparado para substituí-lo no Eldorado. A decisão foi tomada para não prejudicar os passageiros, já que uma viagem poderia ser perdida.” Em nota, a Settra informou que vai aguardar a avaliação pericial para definir possíveis sanções administrativas. “A empresa efetivou a substituição imediata do veículo na linha, mas ainda assim poderá ser autuada por interromper a operação por problema mecânico.”