Juiz de Fora é a quarta cidade com mais homicídios em Minas, segundo Atlas da Violência

Estudo nacional coloca cidade como 68ª colocada no ranking de homicídios estimados – considerando também os casos com causas indeterminadas – no Brasil


Por Hugo Netto

20/06/2024 às 06h00

Juiz de Fora é a quarta cidade com mais homicídios em Minas, segundo Atlas da Violência
Estudo traz dados de 2022, e considera os homicídios registrados mais os óbitos classificados como mortes violentas (Foto: Agência Brasil/Fernando Frazão)

O Atlas da Violência 2024 , divulgado na última terça-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), aponta que Juiz de Fora foi a 68ª cidade brasileira e a quarta de Minas Gerais com mais homicídios estimados. O estudo traz dados de 2022, e considera os homicídios registrados mais os óbitos classificados como mortes violentas, mas que não tiveram a causa exata determinada pelas autoridades nos registros.

De acordo com o Atlas, Juiz de Fora teve 88 homicídios registrados e seis ocultos em 2022. Considerando apenas as cidades mineiras, o município ocupa a quarta posição no estado, atrás de Belo Horizonte (408), Contagem (114) e Betim (102). Em todo o Sudeste, é a 21ª cidade com mais homicídios, à frente de Vitória, capital do Espírito Santo, por exemplo (veja a arte).

Com 540.756 habitantes, os 94 homicídios estimados representam uma taxa de 17,4 assassinatos a cada 100 mil habitantes. A taxa é menor do que a média registrada para cidades acima de 500 mil habitantes, que é de 26,4 homicídios a cada 100 mil habitantes. Quando considerada esta taxa, inclusive, a cidade cai 130 posições no ranking, indo para 198º lugar. Porém, os autores alertam que as taxas não permitem fazer afirmações quanto a uma maior ou menor violência, já que, em municípios pequenos, sempre vai haver distorções para qualquer número de mortes.

O percentual de toda a região Sudeste é a menor do país (16,3 a cada 100 mil habitantes), com uma tendência de queda a partir de 2018, com 33,9% menos homicídios estimados de 2017 a 2022.

arte homicidios

Levantamento municipal detalha primeiros meses de 2024

Enquanto o levantamento nacional, vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, aponta 94 homicídios estimados durante todo o ano de 2022, um levantamento municipal registrou 26 homicídios consumados em Juiz de Fora no primeiro quadrimestre do ano passado, e 14 no mesmo período deste ano. Neste estudo, não são contabilizadas as mortes violentas que não tiveram a causa determinada.

Os dados são da quinta edição do Monitor de Dados Públicos, feito pelo Observatório de Municipal de Violência e Criminalidade, órgão vinculado à Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc), e foram divulgados na última semana.

De acordo com o órgão, foram seis homicídios consumados em janeiro deste ano: um em fevereiro, cinco em março e dois em abril. Já em 2023, foram oito em janeiro, sete em fevereiro, quatro em março e sete em abril.

O Monitor também contabiliza, nos trimestres, o número de crimes violentos (consumados e tentados) na cidade, que incluem estupro, estupro de vulnerável, extorsão, extorsão mediante sequestro, homicídio, roubo, sequestro e cárcere privado. Foram 151 desses registros no primeiro quadrimestre de 2024, e 289 neste período de 2023.

Ainda de acordo com os dados, foram 11 alvos de roubo nos primeiros quatro meses deste ano em Juiz de Fora, 207 alvos de furto, 37 veículos furtados e quatro roubados e 535 infrações de outra natureza, que incluem lesão corporal, por exemplo.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.