Morre criança atingida por tiro de policial penal
Vítima estava internada na CTI infantil há cerca de um mês; Sejusp confirma que servidor preso é investigado e permanece recebendo salário
Após um mês internada, morreu, na madrugada desta quarta-feira (16), Lavínia Freitas de Oliveira e Souza, de 10 anos, baleada por um policial penal durante uma suposta briga de trânsito. O crime aconteceu no dia 15 de junho, quando a criança estava dentro do carro com o pai na estrada vicinal de Ponto Firme, cidade da Zona da Mata, próxima de Viçosa. A informação foi confirmada pela Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, que relatou que o corpo da menina foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) da cidade.
À Polícia Militar, Marcelo Oliveira, pai de Lavínia, havia explicado que passava pela estrada, próximo a Vinte Alqueires, quando um veículo teria começado a praticar manobras perigosas depois de ser ultrapassado. Ele continuou dirigindo até parar o carro para entrar no acesso à rodovia MGC-482, momento em que o outro condutor fez disparos contra o veículo e fugiu.
O projétil de arma de fogo atravessou a cabeça da criança, que foi levada às pressas pelo pai até o Hospital São João Batista, em Viçosa. Posteriormente, ela foi encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-Cisdeste) ao Hospital Arnaldo Gavazza, em Ponte Nova. Três dias depois, a menina foi novamente transferida, desta vez, para a Santa Casa de Misericórdia, em Juiz de Fora, onde ficou internada em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) infantil.
A Tribuna chegou a conversar com Marcelo pouco tempo após a tragédia. À época, ele destacou que estava atrás de mais um milagre – o primeiro já havia sido conseguir chegar com a filha viva ao hospital após o crime.

Policial penal que fez disparo que atingiu criança permanece preso
Desde 17 de junho, dois dias após o disparo que atingiu a criança, o policial penal suspeito do crime está preso. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o homem está à disposição da Justiça na Casa de Custódia do Policial Penal e do Agente Socioeducativo, em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O homem, que permanece recebendo salário de servidor, é alvo de um procedimento interno que avalia sua conduta. Segundo a pasta de segurança, o policial penal deverá continuar a ser remunerado enquanto ocorrer a investigação feita pela Corregedoria, ainda em trâmite. “Toda e qualquer suspeita é apurada com rigor, sempre respeitando o devido processo legal e os princípios da ampla defesa e do contraditório”, disse a Sejusp à Tribuna.
A reportagem também questionou a Polícia Civil sobre o andamento do caso, mas não obteve retorno até o momento de publicação desta matéria. O jornal está com espaço aberto para caso a defesa do suspeito queira se manifestar.
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