Polícia aponta queda da violência na região durante o carnaval
PM também divulgou balanço apontando redução de crimes em JF e na cidades vizinhas
A falta de programação no carnaval de Juiz de Fora, que teve apenas a Banda Daki no sábado, e o consequente esvaziamento das ruas garantiram um feriado tranquilo. Segundo balanço realizado pela 4ª Região da PM, entre sexta (9) e terça-feira (13) aconteceram 11 crimes violentos, como assaltos, sequestros e assassinatos, contra 38 no carnaval de 2017, uma redução superior a 70%. Um homicídio foi registrado na manhã de domingo (11), quando um homem de 64 anos encontrou o próprio filho, 32, morto com sete tiros dentro de casa na Rua Francisco Cerqueira Cruzeiro, entre os bairros Santo Antônio e Tiguera, na Zona Sudeste. No ano anterior, ocorreram duas mortes violentas. Os roubos caíram de 33 para oito ocorrências, enquanto os furtos diminuíram de 93 para 76. A polícia realizou nove ações de combate ao tráfico de drogas, como em 2017, e duas apreensões de armas de fogo, contra uma no carnaval anterior.
Ainda na cidade, os esforços da PM foram concentrados para garantir a segurança antes, durante e após o desfile da Banda Daki, tradicional evento carnavalesco que leva milhares de foliões à Avenida Rio Branco. Segundo o assessor de comunicação organizacional da 4ª Região da PM, major Jovânio Campos, com a experiência de anos anteriores, foram feitas as instalações de gradis, criando barreiras para o acesso do público, permitindo que o mesmo fosse abordado e identificado em caso de suspeita. “O objetivo é identificar pessoas que possam estar levando alguma insegurança para o local.” Ele lembrou que os recursos da PM são finitos. “Não vamos estar em todos os locais como gostariam. Mas estamos onde precisa em razão de informações levantadas anteriormente. Por isso, o planejamento é necessário.”
Conforme o subcomandante do 2º Batalhão, major Marcelo Monteiro de Castro, o monitoramento das redes sociais foi prioridade a fim de detectar encontros agendados em massa fora da programação oficial, além de possíveis confrontos. “Na Banda Daki, nossa preocupação estava desde o embarque na Zona Norte, e em outras regiões, até o retorno. O evento terminou às 16h, mas até meia-noite estávamos fazendo o rescaldo.”
Já o comandante da 4ª Companhia Independente de Policiamento Especializado, capitão Rodrigo Oliveira, destacou que foram realizadas cinco blitzes da Lei Seca dentro do município durante o feriado. Segundo ele, 289 veículos foram abordados, 286 testes de etilômetro realizados e 13 CNHs recolhidas por uso de álcool ou outras infrações. Um homem foi preso após ser flagrado com um tablete de maconha.
Foco maior nas cidades vizinhas
Segundo a PM, o carnaval é a época mais importante em termos de planejamento e recursos humanos. A ausência de militares de férias no período proporcionou aumento de cerca de 10% do efetivo, na comparação com 2017. Também houve queda na violência nos outros 85 municípios sob responsabilidade da 4ª Região. Entre os destaques de cidades que mais preocupavam pela quantidade de foliões estavam São João Nepomuceno, Bicas, Mar de Espanha, Chácara, Rio Preto e Rio Pomba.
Os crimes violentos somados nos 86 municípios tiveram redução de quase 42%, caindo de 72 para 42 casos, ocorrendo seis homicídios contra cinco no ano anterior. A PM destacou que a maioria dos assassinatos não tinha relação com o período festivo. Os roubos reduziram mais de 50%, de 59 para 29, e os furtos diminuíram de 265 para 219 ocorrências. Este ano, foram 33 ações de repressão ao tráfico, contra 30 em 2017, sendo apreendidas dez armas de fogo, enquanto 13 haviam sido retiradas de circulação no carnaval passado.
O subcomandante do 27º Batalhão, major Márcio Coelho, lembrou que o foco principal ficou nas cidades vizinhas, já que o evento em Juiz de Fora foi antecipado. “Não tivemos policiais de férias para propiciar um carnaval seguro.”
Sete morrem nas estradas da região
Sete pessoas morreram e outras 41 ficaram feridas em 29 acidentes nas estradas da região durante a operação Carnaval, realizada entre sexta (9) e Quarta-feira de Cinzas (14). O balanço foi divulgado na nesta quinta-feira (15) pelas policiais Rodoviária Militar (PMR) e Rodoviária Federal (PRF). Nas estradas estaduais foram quatro mortes, 25 feridos e 22 acidentes. Segundo o subcomandante da 4ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário (CiaIndMat), capitão Jean Michel Amaral, o feriado deste ano foi mais violento do que o de 2017, quando foram contabilizados 23 acidentes, que deixaram 24 vítimas de lesões e resultaram em três óbitos. As ocorrências aconteceram nos 1.950 quilômetros de malha estadual e de rodovias federais delegadas à PMR.
O acidente mais grave aconteceu na tarde de sexta, logo após o início da operação, no km 44 da MG-353, próximo ao município de Goianá, a cerca de 40 quilômetros de Juiz de Fora. A batida envolveu um carro e um caminhão. Cinco pessoas estavam no automóvel, e três delas morreram na hora. Outros dois ocupantes sofreram ferimentos graves e foram socorridos até o HPS. Já o motorista do veículo de carga saiu ileso, enquanto um passageiro apresentou suspeita de fratura no braço direito. A outra ocorrência fatal foi registrada na manhã de segunda-feira na AMG-1745, uma estrada vicinal entre Teixeiras e Pedra do Anta, a cerca de 180 quilômetros de Juiz de Fora. Conforme o capitão Jean, um homem morreu no tombamento de um Fusca.
As ações de fiscalização da PMR resultaram na apreensão de três armas de fogo. Também houve policiamento aéreo com apoio do helicóptero, que sobrevoou as rodovias na tarde de sexta e nas manhãs de sábado e quarta, períodos em que o fluxo de veículos aumenta em cerca de 30%. Os radares móveis capturaram 343 abusos de velocidade. Os policiais lavraram 664 autos de infração, realizaram 149 testes de etilômetro, prenderam três pessoas por suspeita de embriaguez ao volante e recolheram 13 CNHs. Dois suspeitos foram presos com armas, dois por posse de substância entorpecente e outro por porte de munição ponto 40. Além disso, 62 motoristas foram notificados por dirigirem sem habilitação.
Sobre a AMG-3085, nova estrada entre as rodovias MG-353 e BR-040, que serve de acesso ao Aeroporto Regional, o capitão Jean destacou que o trecho foi bem utilizado durante o carnaval, mas não houve registro de acidentes. “Muitos condutores estão usando o local, diminuindo o fluxo de caminhões na serra de Grama.”
Rodovias Federais
Já a PRF contabilizou três pessoas mortas, 16 feridos e sete acidentes. As ações desencadeadas, neste período, resultaram em 1.068 autos de infração e 650 multas por excesso de velocidade. Em todo o estado, a PRF registrou 11 mortes, 52% a menos do que no ano passado, quando número ficou em 23 casos de óbitos. Este ano foram 201 feridos e 175 acidentes, apresentando queda de 48% (386) e 49% (340), respectivamente. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, as Colisões frontais e os atropelamentos de pedestres resultaram em oito mortes. A maior parte dos registros de óbitos foi na BR-381, no trecho duplicado, na saída para São Paulo. O acidente considerado mais grave, com três mortes, aconteceu na BR- 267 em Juiz de Fora.
A Concer registrou movimento de 300.700 veículos durante o feriadão de carnaval no trecho sob concessão da BR-040, entre o Rio de Janeiro e Juiz de Fora. Houve 430 atendimentos de socorro mecânico durante o período, com 215 veículos removidos pela frota de reboques da Concer. O total de atendimentos médicos chegou a 56, dos quais 28 sem relação com ocorrências na rodovia. A Operação Carnaval registrou 26 acidentes, com um total de 28 feridos.