Comerciante é preso por receptação qualificada de celulares furtados
Crime é inafiançável, e suspeito flagrado com 15 telefones foi encaminhado ao sistema prisional, durante a 5ª fase da operação Inspec
Um comerciante informal, de 32 anos, foi preso por receptação qualificada de celulares furtados na quinta fase da operação Inspec, deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (14) em Juiz de Fora. Em poder do investigado os policiais apreenderam 15 telefones de procedência duvidosa, além de três máquinas de cartão que seriam utilizadas nas vendas irregulares dos aparelhos.
“Vivemos de forma mundial uma epidemia de roubo e furto de celular, e Juiz de Fora não fica fora desse cenário. A Polícia Civil está atenta a esse crescente número de furtos relacionados a esse objeto. Temos atuado especificamente não só contra quem pratica o furto, mas contra quem compra, vende e adquire (de forma irregular), ou seja, os receptadores desses crimes”, destaca o delegado Samuel Neri, titular da 7ª Delegacia e responsável pela operação. “Nós sabemos que só tem quem furte porque tem quem compre”, dispara.

A Polícia Civil tem atuado “de forma sistemática” em cima de lojas e de lojistas, sejam formais ou informais. “Nesta quinta fase da operação Inspec, a ação foi especificamente em relação a um comerciante informal que vendia celulares seminovos, por meio de sites e plataformas.” Ainda segundo o delegado, a partir da informação de que um telefone roubado na cidade já tinha passado pelas mãos do suspeito, foi representado pedido à Justiça para busca e apreensão na residência dele. “Os aparelhos apreendidos não têm origem ou nota fiscal. Dois deles constam como furtados aqui na cidade, e já conseguimos fazer a identificação das duas vítimas.”
De acordo com Samuel, uma delas contou que teve o celular furtado em um evento na cidade. O que chamou a atenção, segundo ele, é que em questão de poucas horas o telefone foi desbloqueado pelos criminosos, mesmo sendo de um dos modelos considerados mais seguros. “Sabemos que iPhone tem várias camadas de proteção, mas parece que não foi suficiente para evitar o desbloqueio. Esse telefone foi subtraído, comercializado e estava na posse desse investigado preso nesta quinta-feira”, enfatiza a autoridade policial. “Por ser comerciante, ainda que informal, porque não tinha loja, ele responde por receptação qualificada, que é um crime inafiançável”, comenta o delegado.
O homem foi autuado em flagrante e encaminhado ao sistema penitenciário. A Polícia Civil também identificou uma pessoa que havia comprado celular furtado dele “de boa fé”, por isso ela não foi presa, após comparecer à delegacia e entregar o telefone. “Quem comprar celular usado deve ter uma cautela além do normal, no sentido de verificar se consta alguma restrição e, se for o caso, procurar a delegacia para pesquisar se aquele Imei tem alguma ocorrência”, orienta Samuel.
As investigações prosseguem na tentativa de identificar possível crime de associação criminosa. “Nas fases anteriores da operação, têm comerciantes informais e formais envolvidos. Estamos apurando a (suposta) associação deles na prática desses delitos”, informa o delegado.
Teve o celular furtado ou roubado? Saiba como agir
Segundo o delegado Samuel Neri, quem teve o celular furtado ou roubado deve registrar a ocorrência policial, informando o Imei (que pode ser obtido digitando *#06# no teclado do aparelho), para que o mesmo seja identificado pela polícia no caso de uma apreensão ou investigação. Se a pessoa não souber o número no momento do registro, pode informar posteriormente na delegacia. No caso de furto, o comunicado pode ser feito pela delegacia virtual.
“Uma das vítimas que identificamos disse que fez a ocorrência por insistência de uma amiga, e hoje está tendo o telefone restituído”, exemplifica, sobre a importância do boletim de ocorrência, junto com o Imei. Armazenar o Imei de forma segura, como em e-mails, nuvem ou de forma impressa também é necessário. Em caso de furto, roubo ou perda, a vítima também deve solicitar o bloqueio do aparelho na Anatel, impedindo que seja utilizado em qualquer operadora do país.
Para evitar a aquisição de produtos de origem ilícita e virar receptador, as principais recomendações são: realizar cadastro completo do fornecedor, incluindo nome, CPF, RG, telefone e, sempre que possível, exigir nota fiscal do aparelho; arquivar cópias dos documentos apresentados na negociação; verificar o status do aparelho no site da Anatel para garantir que não haja restrições – como perda, furto ou roubo – e documentar essa pesquisa; conferir o número do Imei do aparelho (digitando *#06# no telefone) e compará-lo com as informações da Anatel; manter todos os registros organizados para apresentar em eventual fiscalização.