JF tem seis mortes e 23 pacientes internados com febre amarela
Decreto estabelece que todos os órgãos da administração promovam ações demandadas pela Secretaria de Saúde, em razão do surto
Boletim epidemiológico da febre amarela divulgado nesta terça-feira (13) revela que Juiz de Fora já teve 29 casos de febre amarela neste ano. Deste total, seis pessoas morreram. Os dados corroboram com a justificativa do decreto publicado também nesta terça, por meio do qual o prefeito Bruno Siqueira (MDB) decreta situação de emergência no município em razão do surto na região. Juiz de Fora é, atualmente, a segunda cidade do estado com mais casos da doença, tendo menos confirmações apenas que Mariana, com 32. Em todo o estado, 365 casos já foram confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), sendo que 133 pessoas morreram.
Conforme o boletim, 23 juiz-foranos tiveram confirmações em pacientes vivos, cinco a mais em comparação com os dados da semana passada. Um novo óbito também foi confirmado nesta terça, aumentando para seis o total de mortes. O mesmo número foi registrado em Lima Duarte, distante 64 quilômetros de Juiz de Fora. A cidade, que tem pouco mais que 16 mil habitantes, já teve sete casos confirmados da doença, sendo que apenas um destes foi registrado em paciente vivo.
Em toda a regional de saúde de Juiz de Fora, 62 casos já foram confirmados, sendo 29 óbitos. No total, 17 municípios tiveram pacientes com a doença. Na última semana, o total contabilizado era 18, porque a cidade de Guarani estava incluída erroneamente como pertencente à regional, mas a SES corrigiu a informação nesta atualização. Com a retificação, a regional de Ubá passa a ter sete casos da doença, com três óbitos. Na região de Barbacena, 39 casos foram confirmados, sendo 19 mortes. Em Ponte Nova, localizada na Zona da Mata, são 35 casos, com 12 óbitos. Na região de Leopoldina, há apenas uma morte, relacionada a um morador de Santo Antônio do Aventureiro.
Situação de emergência
O prefeito Bruno Siqueira (MDB) decretou situação de emergência em razão do alto número de notificações de casos prováveis de febre amarela. Decreto publicado nesta terça-feira (13), no Atos do Governo, pontua que a medida terá duração de 180 dias. O decreto estabelece que, durante a vigência, todos os órgãos da Administração Direta e Indireta do município devem promover as ações que lhes forem demandadas pela Secretaria de Saúde, em apoio às atividades necessárias ao combate à doença. Também fica liberado o remanejamento de servidores públicos e prestadores de serviço do município para atender às demandas prioritárias da Secretaria de Saúde, e autorizadas as contratações emergenciais que se fizerem necessárias, nos termos da Lei de Licitações.
Em publicação feita por meio de redes sociais nessa segunda, o chefe do Executivo afirma que a cobertura vacinal na cidade é superior a 99%. Mas, por conta da busca por tratamento contra a doença em Juiz de Fora, por moradores de outras cidades da Zona da Mata, foi decidido, junto ao Governo do estado, por decretar emergência no município.
Número de óbitos aumenta em Minas
De acordo com o boletim epidemiológico da febre amarela, 133 mortes e 232 casos em pacientes vivos foram confirmados até esta terça. Ainda estão sendo investigadas 610 suspeitas, além de 20 óbitos que teriam relação com a febre amarela. Outros 204 casos e 18 mortes foram descartados para a doença. Os dados são referentes ao período de monitoramento de julho de 2017 a junho de 2018, sendo que o início dos sintomas do primeiro caso confirmado ocorreu em 23 de dezembro do ano passado.
Ainda segundo a SES, do total de confirmações, 318 infectados são homens e 47, mulheres. Do total de mortos, sete eram do sexo feminino, representando 5,3% do total. Todos os casos foram confirmados laboratorialmente, e a mediana de idade é de 48 anos, sendo que a faixa etária mais atingida envolve pacientes com idades entre 40 a 49 anos. No total, a cobertura vacinal do estado chega a 90%, sendo que 1,9 milhões de mineiros ainda não se vacinaram.
Há ainda 11 pacientes com histórico de vacinação prévia e confirmação da doença. Conforme o Estado, a investigação para levantar informações clínicas e epidemiológicas relacionadas a estes pacientes continua. A mediana de idade nesses casos é de 21 anos.