Outra empresa de eventos de Juiz de Fora é denunciada e admite dificuldades
Granjas da Gil usou as redes sociais para se manifestar, após boatos de que decretaria falência
Na esteira do caso da empresa Phormar – que administra fundos de formatura em Juiz de Fora e região e está na mira de ações judiciais e de denúncias de possíveis desvios de dinheiro – outra firma de eventos da cidade tem sido alvo de processos judiciais e de queixas, inclusive por meio de boletins de ocorrência, sobre quebras de contrato. Devido à repercussão nos últimos dias, a Safira Hotel Fazenda LTDA, mais conhecida como Granjas da Gil, se posicionou nas redes sociais, na última segunda-feira (9), sobre as dificuldades que vem enfrentando desde a pandemia para cumprir a média de 100 festas anuais. Há 15 anos no mercado, a firma esclarece que não decretou falência, afirmando que trabalha para “virar o jogo”.
A Polícia Civil abriu inquérito na semana passada para investigar o caso Phormar, mas ainda não teria instaurado procedimento para apurar as denúncias contra a Granjas da Gil. A instituição, entretanto, confirma o registro de ocorrências sobre a segunda firma. “A PCMG informa que foram registradas denúncias de ‘Outras Infrações Demais Leis Especiais’ em desfavor da empresa, localizada em Juiz de Fora. Até o momento, não foi possível localizar procedimento instaurado.”
A Polícia Civil acrescenta que, sobre o possível crime de estelionato, a ação penal é pública e condicionada à representação da vítima, conforme determinação legal, para a instauração de inquérito policial. “A PCMG orienta que todo cidadão lesado procure uma delegacia de polícia mais próxima de sua residência, munido das provas e/ou documentos que poderão subsidiar a investigação, para o devido registro dos fatos e proposição da representação criminal, a fim de que as medidas legais cabíveis sejam adotadas.”
Apenas neste mês, pelo menos cinco ocorrências foram registradas contra a Granjas da Gil, a maioria delas temendo rompimento de contrato, devido aos boatos. Em uma delas, um casal diz ter fechado contrato para festa de casamento no final de março. O pacote “ouro”, no valor de R$ 15 mil, incluía o espaço no Bairro Marilândia, Cidade Alta, e buffet. Os noivos dizem ter descoberto, no último domingo, que o proprietário estaria ligando para os clientes e cancelando as festas na semana dos eventos, declarando que não tinha dinheiro. Além disso, as vítimas relataram à polícia que o responsável não estaria atendendo ligações e nem respondendo mensagens.
Eventos variavam de R$ 15 a R$ 50 mil
Em seu comunicado nas redes sociais, a Granjas da Gil aponta o começo da crise na pandemia, com o congelamento de cerca de 120 contratos, vendidos por valores de R$ 15 a R$ 50 mil cada. “Quando as coisas melhoraram, optamos por entregar todas as festas sem o repasse de uma inflação interna de três vezes. E por um ano e meio, não deixamos de entregar uma única festa.” A partir dali, a empresa diz ter lidado com cancelamentos, fazendo devoluções e acordos.
Em outro trecho, afirma que tentou se reestruturar, ativando um cerimonial próprio. “Mas o mercado não parou de bater na gente.” Com as vendas indo praticamente a zero e com alguns bloqueios judiciais, teriam surgido boatos de falência e de fuga dos responsáveis, deixando a situação “incontrolável”. Em menos de dez dias, os cancelamentos chegaram a 70%. “Ninguém aqui vai fugir de ninguém, ninguém aqui vai se esquivar de resolver o que tem que ser resolvido”, garante a empresa.