Mãe denuncia perseguição e agressão sofridas por adolescente negra em supermercado
Segurança teria batido cabeça da vítima contra freezer, após ela jogar ao chão celular que a filmava; caso foi encaminhado para Polícia Civil
Uma mulher, de 36 anos, denunciou à Polícia Militar que a filha dela, uma adolescente negra, de 17 anos, foi perseguida e agredida dentro de um supermercado por um segurança, descrito como um homem “alto, forte e branco”. O caso ocorrido no Centro de Juiz de Fora foi registrado na última quarta-feira (3), quando a mãe da vítima compareceu a um Centro de Registro de Ocorrência Policial (Crop).
A mulher relatou à PM que, no dia 2, pediu para suas filhas comprarem alguns produtos. Segundo ela, desde quando as duas entraram no mercado, foram seguidas por um dos seguranças. Em determinado momento, ele teria começado a filmá-las com seu próprio celular. Ao perceber a situação, a adolescente pediu a ele que parasse e informou ser menor de idade. Após a solicitação, no entanto, o funcionário teria aproximado ainda mais o telefone do rosto dela.
Inconformada com a situação, a vítima desferiu um tapa no celular, que foi ao chão. Ainda conforme o relato da responsável à polícia, o segurança teria ficado irritado, aplicado uma rasteira em sua filha e segurado a cabeça dela, batendo a mesma contra um freezer.
Diante da cena, a irmã da vítima, de idade não informada, teria dado um soco contra o rosto do profissional, que teria tentado enforcá-la e derrubá-la no chão. Na sequência, a adolescente de 17 anos arremessou uma lata de cerveja contra a face do homem, para salvar sua irmã.
Conforme o registro policial, uma faxineira teria visto que o segurança iria partir novamente para cima das vítimas a fim de agredi-las e entrou na frente para defendê-las, impedindo a ação do homem. Ele ainda teria gritado que iria matá-las. As irmãs deixaram o local, entretanto, foram novamente surpreendidas pelo agressor quando já estavam em via pública. Desta vez, ele teria dado uma rasteira na irmã da adolescente e a atacado com vários socos no rosto, enquanto a outra vítima jogou uma caixa de papelão para ele soltá-la.
Segundo o boletim de ocorrência, depois disso, o funcionário teria voltado em direção ao mercado e entrado em um carro, deixando o local. De acordo com a PM, as vítimas acionaram uma viatura no mesmo dia, mas como o estabelecimento comercial estava fechado no momento, foram orientadas a procurar o Crop no dia seguinte. Na mesma data, a mãe e as filhas comunicaram o ocorrido ao gerente do mercado, que teria informado existir câmeras no local e disponibilizado as imagens caso quisessem seguir por via judicial.
As vítimas foram encaminhadas pela mãe ao HPS, sendo constatadas na adolescente de 17 anos lesões no braço esquerdo, próximo ao ombro, e na perna esquerda, na altura do joelho. A PM não descreveu qualquer ferimento na irmã.
Questionada sobre a investigação e possíveis desdobramentos, inclusive se foi aberto inquérito policial e se as imagens das câmeras de segurança já foram solicitadas ao supermercado, a assessoria da Polícia Civil informou apenas que “o caso registrado como lesão corporal foi encaminhado para a 7ª Delegacia para ser apurado”.
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