Educação faz ato unificado contra a reforma em Juiz de Fora
Tanto trabalhadores em educação da rede pública quanto da rede privada estarão envolvidos na mobilização
Entidades de trabalhadores em educação das redes municipal, estadual e federal de Juiz de Fora estarão reunidas, na próxima quarta-feira (15), na escadaria da Câmara Municipal, a partir de 16h, em adesão à frente ampla da Greve Nacional da Educação, contra a reforma da Previdência. O Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro), o Sindicato Único de Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), a Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais (Sintufejuf) unificaram-se para a mobilização.
Convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), o ato foi articulado anteriormente à decisão do Ministério da Educação (MEC) de bloquear 30% dos orçamentos de instituições federais de ensino. O contingenciamento, entretanto, somou-se às pautas da mobilização. “A pauta inicial é o desmonte da Previdência, que penaliza, de forma geral, a classe trabalhadora. E, agora, há, também, o desmonte da educação. Foram anunciados cortes desde a educação básica até o ensino superior. Nós, representantes de professores e professoras, temos o compromisso de estarmos juntos na luta”, afirma Aparecida de Oliveira Pinto, coordenadora-geral do Sinpro.
Tanto trabalhadores em educação da rede pública quanto da rede privada estarão envolvidos na mobilização; o ato é tratado pela categoria como preparatório para a paralisação geral da classe trabalhadora, prevista, inicialmente, para 14 de junho. “O Sinpro e o Sind-UTE terão assembleias às 15h. Depois, vamos para o ato, que vai se iniciar com uma aula pública sobre a Previdência. Teremos ainda o espaço para falas e, posteriormente, sairemos em passeata. O trajeto será definido no momento de acordo com o número de pessoas presentes”, detalha Victória Mello, diretora do Sind-UTE. Apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em fevereiro, a PEC da Reforma da Previdência está em análise na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
As unidades sindicais, entretanto, utilizarão a data para a realização de assembleias a fim de discutir pautas específicas das respectivas categorias. Ao passo que os professores da rede municipal se reunirão, às 15h, no Ritz Hotel, os professores da rede estadual estarão reunidos, também às 15h, na Escola Estadual Delfim Moreira.
Comunidade acadêmica
Mobilizados com as redes municipal e estadual, a Apes, o DCE e o Sintufejuf deliberaram, nesta terça (7), a adesão à Greve Nacional da Educação em assembleias realizadas no Campus da UFJF. Pautas como o cerceamento da liberdade de expressão de professores em salas de aula por meio de gravações de alunos e a abertura de concursos públicos serão discutidas. Além disso, na terça-feira (14), os professores promoverão, em frente ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste), ato em defesa da instituição, cujo orçamento foi reduzido em, aproximadamente, R$ 16 milhões.
Ato em defesa da UFJF
Além disso, estudantes, professores e técnico-administrativos da UFJF mobilizaram-se, nesta quarta-feira (8), na Reitoria, em ato político-cultural, em defesa da instituição diante do contingenciamento de cerca de R$ 23 milhões dos orçamentos de custeio e capital. Além de reunir artistas locais, o movimento teve a participação dos presentes, por meio de falas abertas de representantes das entidades acadêmicas e de movimentos sociais. O DCE estima a presença de cerca de 500 pessoas no Campus da UFJF.
Em nota, Apes, DCE e Sintufejuf apontaram tentativa do MEC de “desqualificar as universidades públicas e propagar a retórica da ideologia do ‘sem partido'”, em razão de fala do ministro Abraham Weintraub sobre “balbúrdia” nos campi de instituições federais. “O argumento não se sustenta, pois os dados são evidentes: a UFJF ocupa, no ranking do Inep, a posição de quarta melhor universidade de Minas Gerais, com 86% dos cursos com conceitos 4 e 5. Oferece 93 cursos de graduação, 44 programas de mestrado e 19 de doutorado. No ano de 2018, manteve 494 projetos de extensão voltados à comunidade. Realizou cerca de 400 eventos abertos à população.”