Funcionários da Especialy protestam contra atraso no pagamento dos salários
Empresa terceirizada da PJF teve o contrato suspenso por dívidas referentes às férias dos trabalhadores
Dezenas de funcionários da Especialy, empresa terceirizada da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) que teve o contrato suspenso nesta semana, realizaram protesto contra o atraso nos pagamentos referentes ao mês de junho, que deveriam ter sido quitados na quinta-feira (8). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de Juiz de Fora e Região (Sinteac-MG), entidade que representa a categoria, os trabalhadores seguem com os débitos referentes às férias, motivo de denúncias junto à Tribuna, e não tiveram posicionamento da empresa sobre os vencimentos.
A manifestação aconteceu na Rua Engenheiro Otto Salzer, no Bairro Fábrica, na Zona Norte, próximo ao escritório da empresa em Juiz de Fora. “Estamos protestando para conseguir, pelo menos, um posicionamento da empresa (sobre os salários), porque sequer foi dado, seja para o sindicato ou para o trabalhador”, afirma o assessor da presidência do Sinteac, André Cunha. De acordo com o membro do sindicato, a categoria teve uma reunião com representantes da empresa na última terça-feira (5) e, na ocasião, foi assegurado que o pagamento dos vencimentos seria feito na data prevista.
Segundo Cunha, o sindicato e os próprios funcionários têm dificuldades para conseguir ter um canal de conversação com a Especialy. Há o temor de que, com a suspensão do contrato anunciada pela Prefeitura, o diálogo se torne ainda mais difícil. “Infelizmente, creio que o diálogo vai ficar ainda mais difícil. As coisas tendem a se complicar, mas o sindicato está à frente para tomar as providências necessárias”.
A Tribuna entrou em contato com a Especialy e solicitou posicionamento sobre o atraso no pagamento dos funcionários. Entretanto, até o momento, não houve resposta da empresa.
Audiência pública agendada
Por meio de nota, a PJF informou que depositou, em juízo, o valor referente às férias dos trabalhadores da Especialy. O Executivo também afirma que, em função do atraso no pagamento dos salários referentes a junho, terá uma audiência pública com o Ministério Público do Trabalho e o Sinteac “para definir a medida mais rápida para garantir que os funcionários tenham seus direitos resguardados e a situação normalizada”.
Denúncias e suspensão de contrato
A insatisfação dos trabalhadores da Especialy com a empresa foi noticiada pela Tribuna, inicialmente, em junho. Na ocasião, o Sinteac informou que os cerca de 800 terceirizados vinculados à empresa estavam com tíquete-alimentação incompletos e pelo menos seis ainda não haviam recebido os salários referentes a maio. Os vales-transporte também teriam sido quitados com atraso.
Semanas depois, os trabalhadores relataram atraso no pagamento de férias. Em conversa com a reportagem, alguns funcionários relataram uma rotina de problemas relacionados aos vencimentos e ao cumprimento de direitos trabalhistas, além de indícios de pressão para que assinassem um acordo coletivo para o parcelamento dos débitos. Três dias depois, um grupo de funcionários realizou protesto em frente à Câmara Municipal.
Na terça-feira, o Executivo municipal comunicou a suspensão do contrato com a Especialy “por conta das muitas infrações cometidas pela empresa de São Paulo”. A empresa ainda está no prazo de cinco dias para apresentar defesa contra o processo de rescisão. A Prefeitura também afirmou que fará o depósito em juízo para garantir o pagamento das férias dos trabalhadores.
Por fim, na quinta-feira (7), o Sinteac apresentou reivindicação à PJF para que sejam mantidos os postos de trabalho dos funcionários da Especialy com a recontratação dos funcionários pela empresa que assumir os serviços, caso seja confirmada a rescisão. “Acrescentamos que os postos de trabalho não serão perdidos, visto que as atividades seguem sendo necessárias”, disse o Município, em nota, na ocasião.