Tempestade e vendaval em JF deixam pessoa ilhada, árvores caídas, ruas alagadas e mais de 70 mil sem energia elétrica
Segundo a Prefeitura de Juiz de Fora, cidade registrou mais de dez pontos de alagamento e 56 ocorrências de galhos ou árvores caídas; a matéria está em atualização
[Atualizada às 11h48]
A tempestade e o vendaval que atingiram Juiz de Fora na noite deste domingo (5) causaram um grande volume de ocorrências de alagamento, mais de 50 quedas de árvores, a interrupção no fornecimento de energia elétrica a milhares de pessoas, além de terem deixado uma pessoa ilhada. Com rajadas de vento que chegaram a 98 km/h, choveu quase 40mm na cidade, mais da metade em apenas 10 minutos.
Nos bairros Aeroporto, São Pedro, Democrata, Nossa Senhora de Fátima, Jardim Glória e Granbery foram registrados o maior volume de ocorrências que causaram interferência no fornecimento de energia elétrica. Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), vegetação e pedaços de telhas foram arremessados pelo vento sobre a rede, causando a quebra de poste e rompimento de cabos. Ao todo, mais de 70 mil juiz-foranos ficaram sem energia elétrica. De acordo com a Cemig, os clientes que ainda permanecem sem luz terão o restabelecimento ao longo do dia. Por volta das 11h, a companhia informou que em pouco mais de 12 horas de trabalho, as equipes já haviam restabelecido a energia para cerca de 90% dos clientes afetados.
Com a energia elétrica afetada em alguns locais, determinadas elevatórias de água da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) também acabaram sendo impactadas. Segundo a PJF, as regiões atendidas pelas Elevatórias de Água Tratada (EATs) Boa Vista e Ase-Grama já têm o fornecimento de água interrompido.
O Corpo de Bombeiros uniu esforços junto à Defesa Civil, por meio do Sistema de Comando de Operações na Defesa Civil Municipal. Segundo o último balanço divulgado pelos militares, houve 14 ocorrências de árvores caídas em vias públicas, 22 de ocorrências totais de árvores caídas, sete casos de perigo de eletrocussão e três árvores caídas sobre uma residência. A PJF atualizou para 56 casos de árvores caídas e mais de dez pontos de alagamento.
Houve, ainda, chamadas para deslizamentos de terras, rompimentos de cabos e veículos danificados. Uma pessoa chegou a ficar ilhada no ponto de ônibus próximo ao Bahamas São Vicente, na Avenida Barão do Rio Branco, e o rápido escoamento da água permitiu que ela conseguisse sair, de acordo com os bombeiros. No momento, o monitoramento de alguns locais da cidade continua.
A Tribuna registrou, nesta segunda-feira (6), um muro que caiu sobre um carro também em razão do vendaval. O caso aconteceu na Rua Monsenhor Gustavo Freire, em frente ao número 869, no Bairro São Mateus.
O córrego do Bairro Santa Luzia também transbordou, alagando as ruas próximas. A reportagem questionou a PJF, que não respondeu até o momento desta publicação.
Áreas de risco são monitoradas, garante tenente dos bombeiros
Em entrevista à Rádio Transamérica, o tenente João Vitor, do Corpo de Bombeiros, deu instruções à população nesta época de chuvas. Ele comentou também sobre o vendaval que atingiu a cidade na noite de domingo e destacou a intensidade das chuvas.
“A gente tem um mapeamento, que é atualizado com regularidade, e com gerenciamento também da Defesa Civil e da Secretaria de Mobilidade Urbana da PJF”, diz, ao passo em que explica como funciona este trabalho realizado por toda a cidade. As áreas de risco de deslizamento de terra e inundação são monitoradas por 24 horas. Inclusive, utiliza-se do sistema de inteligência artificial para verificar quando a água já está em um nível de alerta.
Normalmente, quem mora em áreas de risco já sabe que o local sofre a possibilidade de inundações, conforme ele explica. “Então, caso a pessoa perceba que tem alteração do nível de água e a Defesa Civil mande um alerta, a gente recomenda que os móveis sejam levantados e que o individuo vá para outro local, para que não tenha risco de ficar ilhado”, esclarece.
Recomendações para quem estiver em carros
Em casos de pessoas que estão dirigindo quando a chuva aumenta de intensidade, a recomendação, de acordo com o tenente, varia de onde a pessoa esteja conduzindo o carro. Em estradas, ele acena que deve-se ir para a pista da direita e, se tiver acostamento naquele trecho da rodovia, o melhor é parar o carro no local até a visibilidade aumentar. “Não tentar passar em locais alagados, para não ter risco de aquaplanar o carro, por exemplo”, destaca o tenente João Vitor.
Para aqueles que estão de carro já na parte urbana da cidade, a instrução é também parar o veículo, desde que seja um local adequado, distante de postes e árvores. “Não tentar, de maneira alguma, atravessar a água, pois o carro pode ser arrastado”, ele reitera.
“Se voce for pego de surpresa em um engarrafamento e começou a aumentar a água, quando ela tiver até metade da porta, permaneça no veículo. Não é recomendado de forma nenhuma andar. Agora, se continuar subindo e chegar no nível do volante, você deve sair do carro pela janela e ficar em cima do veículo para aumentar a visibilidade dos órgãos de segurança”, finaliza.
Devido aos impactos da tempestade e do vendaval, motoristas devem evitar passar nos seguintes pontos, segundo a PJF:
- Rua Halfeld, esquina com a Tiradentes – Centro
- Rua José Romão Guedes – Granbery
- Rua Professor Clóvis Jaguaribe – Bom Pastor
- Rua Celina Maria Ribeiro – Nossa Senhora deFátima
- Entrada do bairro Guaruá
- Rua José Lourenço 739, São Pedro
- Rua Mário Cruz Meier – Aeroporto
- Rua Antônio Fellet – Vale do Ipê
- Estrada Gentil Forn – Morro do Cristo
A matéria está em atualização.
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