CPI das Gangues ouve estudantes sobre violĂȘncia
Jovens entre 13 e 16 anos puderem apontar quais seriam, em suas visÔes, as causas que levam à formação dos grupos nos bairros onde moram
Quatorze estudantes, com idades entre 13 e 16 anos, oriundos de escolas pĂșblicas, foram ouvidos, na manhĂŁ desta quinta-feira (5), por integrantes da CPI das Gangues, instalada pela CĂąmara Municipal, com o objetivo de investigar os recorrentes casos de violĂȘncia envolvendo gangues e rivalidade de bairros em Juiz de Fora. O encontro com os adolescentes aconteceu entre 9h e meio-dia e foi aberto ao pĂșblico. De acordo com a vereadora Ana Rossignoli (PMDB), que atua como presidente da CPI, a conversa foi muito positiva, uma vez que os alunos puderam apontar quais seriam, na visĂŁo deles, as causas que levam Ă formação das gangues nos bairros onde moram. AlĂ©m disso, a comissĂŁo buscou saber como Ă© a realidade das escolas onde esses adolescentes estudam, jĂĄ que, essas instituiçÔes lidam, diariamente, com essa situação.
“O objetivo Ă©, por meio desse relatĂłrio que serĂĄ produzido pela CPI, sugerir polĂticas pĂșblicas e projetos sociais, tentar diagnosticar as falhas e tentar descobrir de onde estĂĄ partindo essas carĂȘncias, pois hĂĄ quem acuse a famĂlia, outros a escola e aqueles que acusam o Poder PĂșblico. Ă preciso saber onde estĂĄ a maior falha e tentar implementar açÔes para sanĂĄ-la, jĂĄ que serĂŁo voltadas para que essas gangues nĂŁo se empoderem e sejam atrativas para os jovens”, ressalta Ana.
Durante a conversa com os alunos, a CPI confirmou que nĂŁo Ă© necessĂĄrio apenas remediar e que o problema deve ser tratado na raiz. “O foco deve ser o preventivo, pois Ă© mais difĂcil tratar o jovem que jĂĄ estĂĄ envolvido. EntĂŁo, Ă© necessĂĄrio buscar meios para evitar que sejam aliciados por essas gangues. A maior dificuldade que percebemos Ă© que, muitas vezes, a escola fica com essa responsabilidade sozinha, porque estĂĄ faltando a estrutura familiar, o convĂvio entre as pessoas de bairros diferentes. Ă preciso pensar em projetos nos quais os jovens possam estar juntos e interagindo de forma comum”, considera a vereadora.
Os bairros onde os estudantes participantes do encontro moram nĂŁo foram citados como forma de deixĂĄ-los mais Ă vontade e nĂŁo criar constrangimentos junto aos outros presentes. AlĂ©m deles, fizeram parte da conversa seis professores das escolas estaduais EstĂȘvĂŁo de Oliveira, CĂąndido Motta Filho, do Senai e uma da rede particular. “Ao final, sugerimos que se façam outros encontros com os estudantes para debater o tema, pois foi muito produtivo. Foi importante ouvi-los falar, saber o que estĂŁo sentindo, o tipo de pressĂŁo que vivenciam nos seus bairros e escolas”, destacou a presidente da CPI, que acrescentou que o debate Ă© mais uma etapa para a conclusĂŁo do relatĂłrio, que deve ser finalizado atĂ© o final deste mĂȘs, para posterior apresentação Ă sociedade. “Estamos em vias de tĂ©rmino e temos ainda que buscar, junto Ă s polĂcias Militar e Civil, quais os Ăndices das ocorrĂȘncias relativas Ă s gangues, nos Ășltimos tempos, para inseri-lo no documento.” AlĂ©m de Ana Rossignoli, participaram do debate os vereadores Charlles Evangelista (PP), JĂșlio Obama Jr. (PHS), Marlon Siqueira (PMDB), Sheila Oliveira (PTC) e AntĂŽnio Aguiar (PMDB).