Proprietário da ‘Granjas da Gil’ é denunciado por estelionato pelo MPMG
Segundo documento, empreendimento teria lesado casais que contrataram pacotes de festas cancelados sem aviso
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia criminal contra Ruan da Silva Moraes, apontado como responsável pelo empreendimento ‘Granjas da Gil’ e acusado de praticar estelionato e crimes contra as relações de consumo em Juiz de Fora. De acordo com a promotoria, ele teria cometido as infrações ao vender pacotes de eventos que não foram realizados, sem prestar qualquer reembolso aos contratantes. A peça, assinada pelo promotor responsável em 26 de junho de 2025, relata que o investigado teria recebido valores de diversos clientes por pacotes de festas e eventos sociais que não foram realizados, sem reembolso ou justificativa formal. O caso foi encaminhado à Justiça após denúncia formalizada pela promotoria.
Segundo o documento obtido pela Tribuna, o investigado teria se apropriado de valores pagos por consumidores mediante falsas promessas de realização de eventos, deixando de cumprir os contratos firmados. O texto também aponta a prática de estelionato em continuidade delitiva.
Conforme a denúncia do MPMG, os crimes não se tratam de episódios isolados. Os fatos narrados configuram crime de estelionato praticado de forma continuada. A promotoria descreve que os contratos não foram cumpridos e os prejuízos não foram reparados, apontando indícios de reiteração do mesmo modus operandi em diferentes ocasiões.
Casamentos cancelados e prejuízos
A atuação de Ruan da Silva Moraes e do espaço conhecido como Granjas da Gil já havia sido noticiada pela Tribuna em dezembro de 2024. Na época, como mostrou a reportagem, clientes procuraram o Ministério Público relatando prejuízos após contratarem pacotes de eventos que não foram realizados. Segundo os relatos, os valores pagos não foram restituídos, o que motivou a abertura de procedimentos cível e criminal por parte da Promotoria de Defesa do Consumidor.
Apenas em dezembro do ano passado, pelo menos cinco ocorrências foram registradas contra a Granjas da Gil. Em uma delas, um casal relatou à Polícia Civil que havia contratado o chamado “pacote ouro”, de R$ 15 mil, para realização de festa de casamento, incluindo espaço e buffet. Segundo os noivos, eles descobriram que o proprietário estaria realizando ligações para os clientes e cancelando as festas na semana dos eventos, sob a justificativa de não ter dinheiro para realizar as festas. Além disso, as vítimas relataram à polícia que o responsável não estaria atendendo ligações e nem respondendo mensagens.
Em nota publicada nas redes sociais à época das denúncias, a Granjas da Gil atribuiu os cancelamentos a dificuldades acumuladas desde o período da pandemia, quando cerca de 120 contratos, vendidos por valores de R$ 15 mil a R$ 50 mil cada, teriam sido congelados. A empresa afirmou que continuou realizando eventos por um ano e meio sem reajustar valores, mesmo diante de aumentos de custos, e alegou que passou a fazer acordos e devoluções após o agravamento da crise.
O que dizem os envolvidos
A reportagem entrou em contato com Ruan da Silva Moraes, mas não obteve retorno até o fechamento dessa edição. A Tribuna reitera que o espaço segue aberto a manifestações. À época das denúncias, ele alegou dificuldades pontuais de operação e afirmou que buscava reorganizar os atendimentos.
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