Defesa de Bolsonaro alega ‘ameaça à família’ de Cid e vai pedir anulação de delação
Bolsonaro também volta a pedir ao STF prazo de 83 dias para apresentar defesa contra a denúncia apresentada no Inquérito do Golpe
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pedirá a anulação da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. Os advogados alegam que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito do golpe, ameaçou a família do militar para pressioná-lo.
“O ministro marcou uma audiência para salvar a delação. Pode isso? O juiz da causa pode dizer para o colaborador que, se ele não falar a verdade, ele vai ser preso e perde a imunidade para a sua filha, para sua mulher e para o seu pai? O juiz pode fazer o papel de instrução no processo acusatório?”, afirmou o criminalista Celso Vilardi à GloboNews.
A Procuradoria-Geral da República denunciou Bolsonaro e mais 33 ao STF. O ex-presidente disse que a delação de Cid é “fantasiosa”.
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Bolsonaro volta a pedir 83 dias para defesa
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro também voltou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) prazo de 83 dias para apresentar defesa contra a denúncia apresentada no Inquérito do Golpe.
Em documento enviado à Corte nesta segunda-feira (24), os advogados recorreram da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que rejeitou a alteração do prazo para defesa, que é de 15 dias.
Os advogados de Bolsonaro também afirmam que necessitam de acesso total às provas obtidas pela Polícia Federal (PF) e querem se manifestar somente após a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator nas investigações.
“Uma primeira leitura da denúncia agora oferecida contra o agravante é suficiente para demonstrar que a acusação utiliza elementos retirados de apreensões e mídias que em muito ultrapassam os poucos celulares fornecidos à defesa como cópia integral e completa”, sustenta a defesa.
Para a defesa, o prazo de 83 dias é para compensar o mesmo período em que o processo ficou na Procuradoria-Geral da República (PGR) para elaboração da denúncia. Caso o prazo não seja concedido, os advogados requereram prazo dobrado de 30 dias para se manifestarem.
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