Deficiência de vitamina D aumenta risco de lentidão na caminhada em idosos, aponta estudo

Pesquisa analisou dados de mais de 2,8 mil idosos ao longo de seis anos


Por Maria Fernanda Ziegler, Agência FAPESP

15/08/2025 às 09h42

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Níveis de vitamina D já diminuem naturalmente na velhice e especialistas indicam acompanhamento médico (Foto: Leonardo Costa)

Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a University College London, no Reino Unido, identificou que a deficiência de vitamina D pode elevar em até 22% o risco de lentidão na caminhada em pessoas idosas. A descoberta, publicada na revista Diabetes, Obesity and Metabolism, reforça a importância do monitoramento dos níveis dessa vitamina como medida preventiva para a perda de mobilidade na velhice.

A pesquisa avaliou dados de 2.815 idosos, com 60 anos ou mais, participantes do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA). Todos foram selecionados por não apresentarem problemas de velocidade de marcha no início do estudo. Os níveis de vitamina D foram medidos no começo do acompanhamento e a velocidade da caminhada foi reavaliada ao longo de seis anos. A lentidão foi definida como velocidade inferior a 0,8 metro por segundo, condição associada a maior risco de quedas, hospitalizações, institucionalização e perda de independência.

Os resultados mostraram que idosos com níveis de vitamina D abaixo de 30 nanomoles por litro (nmol/L) apresentaram risco 22% maior de desenvolver lentidão, em comparação aos que tinham níveis acima de 50 nmol/L. Já a insuficiência (entre 30 e 50 nmol/L) não mostrou relação significativa com o problema.

Para Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e autor do estudo, a vitamina D pode funcionar como um marcador precoce para identificar o risco de perda de mobilidade. “Monitorar os níveis da substância, principalmente em pessoas idosas, deve ser prioridade nos serviços de saúde”, afirma.

Importância da Vitamina D

A vitamina D é fundamental para o sistema musculoesquelético, pois regula a entrada e saída de cálcio nas células musculares, favorecendo a contração. Sua deficiência pode prejudicar esse processo, reduzir a produção de proteínas musculares e comprometer a transmissão de estímulos do sistema nervoso necessários para a marcha. “O impacto é tanto muscular quanto neurológico, e isso contribui para a lentidão na caminhada”, explica Mariane Marques Luiz, professora da UFSCar e coautora do estudo.

Com o envelhecimento, há redução natural da vitamina D circulante no organismo. Isso ocorre pelo afinamento da pele e pela diminuição de receptores da substância nos tecidos, o que reduz a capacidade de síntese e distribuição da vitamina no corpo.

Os pesquisadores reforçam que a lentidão ao caminhar é multifatorial e que a suplementação de vitamina D deve ser orientada por um profissional de saúde, já que o excesso pode trazer riscos, como toxicidade.

Além de seu papel nos ossos e músculos, a vitamina D é importante para o funcionamento do sistema imunológico, cardiovascular e neurológico. A principal fonte é a exposição ao sol, que estimula a produção da substância na pele.

*Texto reescrito com o auxílio do Chat GPT e revisado por nossa equipe

 

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