Desfaça dos mitos e conheça os benefícios da castração

Além de ajudar no controle populacional, procedimento previne doenças


Por Anita Bianco*

01/06/2025 às 07h00

ill dog wearing pet collar
Foto: Freepik

A castração sempre foi uma temática polêmica. Isto porque há tutores que ainda confiam na antiga crença de que castrar o animal é desnecessário e que irá trazer desconforto e descontentamento ao pet. A realidade, no entanto, é bem diversa, até contrária a essa crença.

A veterinária Camila Cioffi explica a importância do procedimento: “Ajuda muito no controle populacional de animais de rua e também animais semidomiciliados”, além de apresentar benefícios essenciais para a saúde dele. Camila cita a redução de até 99% no risco de desenvolvimento de câncer de mama em cadelas e de até 91% em gatas se a castração for feita antes do primeiro cio. Após, o risco diminui em torno de 50% em cadelas e 85% de gatas. “Após o terceiro cio, o risco de desenvolvimento se iguala ao de uma fêmea não castrada”, alerta. 

De acordo com a profissional, a operação ainda elimina o risco de piometra (infecção grave no útero) e câncer uterino e ovariano em fêmeas. Já nos machos, reduz o risco de tumor de próstata e elimina o de câncer testicular. Camila também destaca sobre a idade ideal para que o animal seja operado: “Em raças grandes, o ideal é fazer a castração entre 12 e 18 meses, fase em que já se desenvolveram por completo, reduzindo a possibilidade de problemas articulares. Em raças pequenas e gatos, pode ser realizada a castração a partir dos 5 ou 6 meses.”

Mudanças comportamentais

A mudança de comportamento após o procedimento, principalmente relacionada ao “aquietamento” deles, é observada, esperada e normal. “A castração reduz a agressividade relacionada a hormônios, ou seja, aquela induzida pela testosterona. Diminui marcação de território e tentativas de fuga principalmente em gatos.”

O animal também tende a ganhar peso após a cirurgia.“Há diminuição do metabolismo e pode haver aumento do apetite. É importante para os animais fazer exercícios físicos, passear, brincar e regular a quantidade de alimento diário.”

A veterinária Roberta Krepp reitera sobre a diferença entre comportamento e personalidade dos animais, destacando que a cirurgia não muda a personalidade do pet. Um animal dócil continuará sendo dócil, por exemplo. “O que muda é a frequência de comportamentos relacionados à reprodução.”

Mitos e riscos

Ainda há tutores que optam por não permitir a operação nos animais, acreditando que o procedimento pode causar infelicidade e descontentamento, que estaria relacionado principalmente à parte sexual do animal. “Diferente dos humanos, os animais não têm uma necessidade emocional ou psicológica de se reproduzir. O instinto sexual é puramente hormonal e, após a castração, esse impulso desaparece. Portanto, o animal não sente “falta” de acasalar ou de ter filhotes”, esclarece Roberta. 

Em relação à reprodução também existe o mito de que é necessário deixar o animal dar a primeira cria, para depois realizar a operação. Roberta desmente essa crença, explicando que a realidade é contrária. “Castrar antes da primeira cria é mais benéfico para a saúde do animal, especialmente no caso das fêmeas, pois reduz drasticamente o risco de doenças.”

A veterinária alerta para os riscos aos quais os animais estão expostos caso não passem pelo procedimento da castração. “Animais não castrados têm maior risco de desenvolver doenças como infecção uterina, câncer de mama, de próstata e testicular. Além disso, podem apresentar comportamentos mais difíceis de controlar, como agressividade, marcação de território, tentativas de fuga e cruzas indesejadas, o que pode gerar abandonos.”

*estagiária sob supervisão da editora Fabíola Costa

 

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