Unido, grupo de produtores garante sustento e supera desafios

Conheça a Cooperativa de Economia da Agricultura Familiar da Microrregião de Juiz de Fora


Por Bruna Furtado, estagiária sob supervisão da editora Fabíola Costa

05/08/2023 às 07h00

biosfera felipe couri
Para a produtora Nathalie Ferreira, integrar programas de aquisição de alimentos é garantia de venda (Foto: Felipe Couri)

Com um ano e nove meses de existência, a Cooperativa de Economia da Agricultura Familiar da Microrregião de Juiz de Fora (Coopeafemij) surgiu da união de diversos produtores da agricultura familiar que tinham como objetivo comum melhorar o quadro de incertezas da situação do agricultor rural no município e na região. No processo de constituição, a cooperativa contou com auxílio técnico e legal da Secretaria de Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (Seapa), da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade (Sedic) e da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Intecoop), programa de extensão da UFJF.

Desenvolvida a partir da perspectiva da economia solidária, que, como explica Juliana Macario, assessora da Política de Economia Solidária da Sedic, são experiências que contrapõem o individualismo e fazem prevalecer a coletividade, a partilha dos resultados e das responsabilidades, a cooperativa, desde então, vem buscando espaço na inserção dos programas nacionais e municipais de aquisição de alimentos. Segundo Nathália Prados, integrante da coordenação da Intecoop, existe na cidade uma alta demanda de produtores buscando adesão a programas de agricultura familiar, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e, a nível de Juiz de Fora, o Comida Boa. “A legislação determina que as compras da merenda escolar tenham, pelo menos, 30% dos produtos oriundos da agricultura familiar”, afirma.

‘Mercado certo’ para produtores

Para Nathalie Ferreira, produtora desde 2011 e atualmente cooperada, trabalhar para integrar os programas de aquisição de alimentos é uma garantia para a agricultura familiar de venda. “Eu e minha família produzimos queijo minas, iogurte, manteiga e mussarela, entre outros produtos. Antes da cooperativa, o excedente do leite que eu tinha mandava para o laticínio e não tinha segurança de quando e quanto receberia por isso. Agora posso fabricar tudo e escoar a produção através da cooperativa, porque é mercado certo. Isso é imprescindível para o homem do campo, saber aonde vai deixar sua produção e ter certeza de renda. Posso dizer que foi um divisor de águas na nossa vida, conseguimos aumentar a queijaria, estamos comprando equipamentos novos, aumentando a produção de leite e cultivando sonhos e perspectivas que antes não tínhamos”, conta.

Neste tempo de atuação, Renata Negromonte, atual presidente da Coopeajfemij, observa com satisfação os caminhos tomados. “Quando formamos a cooperativa, ela tinha cerca de 40 produtores. Hoje já temos quase 80 famílias integrantes, sendo a maioria de Juiz de Fora, com algumas da região. Trabalhamos desde o laticínio até as quitandas fornecendo merenda para escolas estaduais”, conta.

Crianças em dia de colheita

Estão em andamento, além, dois projetos de importância para a cooperativa. O primeiro, que vai começar neste segundo semestre, é uma parceria com as escolas estaduais para que as crianças visitem e conheçam as propriedades de onde vêm os alimentos que elas comem e como funciona um dia de colheita. O segundo traz o foco para os agricultores familiares e tem como objetivo montar, na cidade, uma feira de maquinário, equipamentos e novas tecnologias para o setor.

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