Concursos de gastronomia podem ter regras, impor ingredientes, limitar formas de preparo, determinar marcas a serem utilizadas e criar uma série de normas para os participantes, mas, apesar disso, no final, sempre prevalecerá o que é natural: vão ficar marcados, em nossa memória, a boa comida e o prato que mais agradou ao paladar do público em geral. E isso independe também do peso da nota daquela temida figura denominada “jurado oficial”, cujo voto parece ser mais importante do que o do consumidor do dia a dia. A verdade, ainda mais quando se fala de botequim, é que a vencedora será lembrada sempre como a mais gostosa receita, sem que ela precise ostentar uma medalha por conta disso.
E assim foi, independente de resultados oficiais, de apurações tardias e de troféus pendurados em paredes, que o jiló despontou como o verdadeiro campeão nas escolhas dos donos dos bares, como ingrediente preferido para suas receitas. Ele também apareceu como um dos tira-gostos mais consumidos nos bares, neste último mês, sendo pedido, sucessivamente, pelos clientes ávidos por petiscos que combinassem com uma cerveja gelada.
Vejam só quem transformou o jiló no campeão desta temporada: o Bar du Buneco inseriu o fruto do jiloeiro em seu pastel de linguiça defumada, frito na hora, e ainda mais delicioso com uma pitada de pimenta. No Bar do Antônio, a afamada versão empanada no parmesão da Serra da Canastra provou mais uma vez que é sucesso e também ganhou a companhia de uma receita de jiló recheado com linguiça, cozido no caldo de peito de boi: uma beleza! No Bar Dias, juntá-lo com o fígado acebolado foi até maldade de tão bom que ficou! No novo Buteco do Príncipe, a linguiça ornou perfeitamente com o jiló empanado num belo petisco da monarquia dos botequins. Ainda no Bairro São Pedro, no Bar do Bené, o jiló foi inserido no recheio de seu bolinho de mandioca, acompanhado de pernil. Pra coroar, o Caminho da Roça apresentou o jiló em grande estilo, cozido e acompanhado com fígado de galinha e, como o Léo Belline sempre gosta de inovar, ele ainda harmonizou jiló com figo (isso mesmo, o doce) e gorgonzola. Legal né? E gostoso também!
O concurso de comida de botequim deste ano já acabou, mas o jiló continua aí, nessas e em outras receitas, tanto nos botecos acima listados quanto em outros de JF, nos 365 dias do ano, porque o buteco não pode parar, e a vida no bar continua! E a gente se encontra lá! Vamos Juntos?!