Educação, outra área em que a produtividade brasileira patina

Por Paulo Betbeder

A importância da qualidade da educação e todo o debate em torno de sua eficiência e demandas correntes são pautas que sempre aparecem nas discussões sobre quais devem ser as maiores prioridades de um país. Educação é um fator central para a qualidade do capital humano carregado pelo indivíduo. O nível educacional define, por consequência, o nível do investimento realizado nas pessoas, sendo que tal investimento é diferente da compra de uma máquina para uma produção qualquer. Considerando um país, a qualidade da educação fornecida, e todo o sistema aplicado em torno da mesma, será um determinante para diversas variáveis que dão base para o desenvolvimento econômico sustentado, como o nível de produtividade (relação entre o volume de insumos empregados no processo produtivo e o nível de produto gerado).

Quando se fala na relação entre produtividade e educação em um país, vale a pena comparar os níveis brasileiros com os de outros países, principalmente países em desenvolvimento que possuem similaridades com o Brasil. Um indicador é o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) realizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O Pisa avalia estudantes de diversos países a partir da faixa de 15 anos de idade e abrange as áreas de ciências, leitura e matemática. Em 2015, o Brasil ficou abaixo da média da OCDE nas três competências, na qual foram registrados para o Brasil: 401 pontos em ciências, 407 pontos em leitura e 377 pontos em matemática. O Brasil também ficou atrás das médias de outros países latino americanos como o Chile, o México e o Uruguai, sendo que o Chile possui um gasto por aluno semelhante ao Brasil e o México e Uruguai conseguem ter gastos menores.

O país teve alguns avanços em relação às edições anteriores. O número de matriculados nas escolas, por exemplo, passou para 71%, o que apresenta um avanço de 15% em relação à edição de 2003. Sendo assim, a expansão do ensino com a adesão de novos estudantes, mais o fato das médias do país não terem diminuído desde esse aumento indica uma perspectiva positiva para o sistema. A próxima edição do Pisa será publicada pela OCDE no final do ano e servirá novamente de alerta para as prioridades que o país deve adotar. Junto com outros indicadores e modelos nacionais, novas políticas de longo prazo para a área podem ser consideradas.

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