Conjuntura Econômica Brasileira no segundo trimestre de 2023

Por Conjuntura e Mercados

No dia 5 de julho, foi divulgada pelo Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a publicação “Visão Geral da Conjuntura”, que analisa detalhadamente o desempenho da economia brasileira. Foi feita uma análise acerca de importantes indicadores que auxiliam na compreensão desse desempenho, a saber: Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em um país; inflação, que indica o aumento generalizado no nível de preços de bens e serviços de uma economia; e importações e exportações. Os pesquisadores avaliaram positivamente o segundo trimestre do ano e esperam uma melhora futura nos índices.

O PIB avançou 1,9% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao último trimestre de 2022 e 4% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, já desconsiderando os efeitos sazonais. Grande parte do resultado positivo deveu-se ao desempenho do setor agropecuário, que cresceu 18,8% em comparação ao primeiro trimestre de 2022. Espera-se, para 2023, crescimento substancial do setor, na ordem de 13,2%. Esse cenário pode ser explicado pela supersafra que é esperada no ano. De acordo com a Safra & Mercado, a previsão é que o país atinja um total de 94 milhões de toneladas de grãos exportados em 2023, representando aumento significativo em relação às 78,73 milhões de toneladas exportadas em 2022.

A indústria foi o setor que menos cresceu no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2022, com avanço de 1,9%. Ao contrário da agropecuária, a expectativa de crescimento para o setor no corrente ano é de 0,5%. O setor de serviços também avançou pouco no primeiro trimestre de 2023, 2,9%. A previsão é de que os serviços avancem 1,6% no ano. Diante dos resultados encontrados, o Ipea revisou sua projeção do PIB de 2023, ajustando seu crescimento de 1,4% para 2,2%. A previsão para 2024 permaneceu no mesmo patamar de 2%.

Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial do país, as expectativas inflacionárias foram reduzidas de 5,6% para 5,1% no ano. Para 2023, espera-se um aumento de 1,5% no consumo das famílias e de 0,9% no consumo do Governo. Já para os níveis de investimento, a expectativa é de queda de 0,8%.

Por fim, houve ainda um aumento nas exportações de soja, petróleo e minério de ferro no primeiro trimestre do ano, contribuindo para o crescimento do PIB. No geral, as exportações de bens e serviços cresceram 7% no período interanual. Para o ano de 2023, o IPEA projeta uma alta de 5,4% ante o ano de 2022.

Por Thiago Gouvea, Pedro Vidigal, Jefferson Pereira e Weslem Faria

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