Recentemente, ataques de drones atingiram um dos principais centros de produção de petróleo da Arábia Saudita, a Aramco, acirrando ainda mais o clima de tensão entre o Irã e os Estados Unidos e gerando uma preocupação global em relação à oferta dessa fonte de combustível. O ocorrido interrompeu a produção de cerca de 5,7 milhões de barris diários, sendo o pior corte de produção desde 1979 e afetando a produção do país que teve a segunda maior produção do óleo no mundo em 2018, segundo dados da EIA (U.S. Energy Information Administration) e da Agência Internacional de Energia. Nessas circunstâncias, a reação do setor petrolífero no Brasil frente à instabilidade internacional acerca do mercado do produto pode gerar algumas implicações tanto para o consumidor como para a economia como um todo.
A elevação dos preços internacionais de petróleo pode favorecer os investimentos no produto brasileiro, uma vez que houve o aumento do risco na região da Arábia Saudita, o que gera um ambiente favorável para a balança comercial brasileira devido à possibilidade de ampliação na exportação da matéria prima, e, também propicia o crescimento na arrecadação da União por meio de royalties. No mercado financeiro, a primeira reação foi um disparo de 19% do petróleo nas bolsas globais de commodities, desencadeando em uma busca maior por contratos futuros.
No mercado interno, com a provável valorização das ações da Petrobras e declarações recentes relacionadas à não antecipação do reajuste dos preços da gasolina e do diesel por aqui, os brasileiros ainda estão em melhores condições. Entretanto, visto que a política de preços no Brasil é alinhada à do mercado internacional, haverá efeitos nos preços internos também, com possíveis desdobramentos sobre categorias como as dos caminhoneiros, que até o momento parece adormecida, mas que poderá vir à tona novamente trazendo discussões acerca do valor do combustível e criando novamente uma zona de incerteza no país.
No momento, o que pode ser especulado é que haverá algumas reações imediatas pós ataque no Brasil. Qualquer reajuste realizado sobre o preço dos diversos combustíveis, como a gasolina, o diesel e o querosene, afeta desde os custos dos setores produtivos e de serviços até o bolso do consumidor final.
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