Após uma série de trimestres em queda, 20 trimestres para ser mais exato, o setor brasileiro de construção civil finalmente havia encontrado fôlego para a recuperação de sua produção no decorrer de 2019. Fato é que, para um dos setores mais determinantes, quando se trata de desempenho e emprego na economia brasileira, o fôlego da retomada não foi forte o suficiente para segurar uma crise com tantas particularidades e, com isso, o setor de construção civil tornou a cair.
Conforme os dados ajustados sazonalmente das Contas Nacionais Trimestrais fornecidos pelo IBGE, no segundo trimestre de 2020, o PIB da Construção contribuiu para a redução do PIB brasileiro ao recuar 5,7% em comparação ao primeiro trimestre do mesmo ano. Já no primeiro trimestre o movimento também não foi diferente e, ainda na comparação com o trimestre anterior, o PIB da construção recuou 2,4%.
Todavia, mesmo com todas as porcentagens anteriores indicando resultados negativos quanto ao desempenho da atividade, mesmo na crise já começam a aparecer índices positivos que apontam para um processo de recuperação do setor. Tal processo é bem-vindo em tempos de crise, visto que um reaquecimento da construção civil abre espaço para a retomada do crescimento de outras atividades ligadas ao setor, como os que fornecem materiais, e, principalmente, de empregos.
Em nível nacional, os dados da Sondagem da Indústria da Construção realizados pela CNI (Confederação nacional da Indústria) evidenciam um setor em recuperação após a queda registrada em abril, em plena pandemia. Na comparação mensal, o índice de evolução do nível de atividade subiu 3,8 pontos. Outro ponto relevante é que a confiança dos empresários – registrado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial – continuou a subir após o menor registro recente, observado em abril (34,8 pontos) e passou dos 50 pontos em agosto (54 pontos), o que aponta para um aumento
na perspectiva a confiança.
Já em Minas Gerais, segundo dados do Sindicato da Indústria de Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), em parceria com a Fiemg, o setor também segue uma perspectiva de recuperação e atingiu 51 pontos no Índice de Atividade da Construção em julho – avançando 2,2 pontos na comparação mensal.
Quanto à retomada dos empregos, tanto o índice do nível de emprego da CNI quanto o da Sinduscon-MG apontam para uma evolução em julho. Já pelos dados do Caged, o saldo de emprego formal para a construção foi de criação de 41.986 vagas no mesmo mês, o que corrobora para as perspectivas de recuperação de um setor motor na economia brasileira.