O bolso do brasileiro está cada vez mais vazio

Por Ana Julia Santos e Mylena Carvalho

Em 2021, o rendimento médio dos brasileiros caiu para o menor patamar registrado desde 2012. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio mensal real domiciliar per capita em 2021 foi de R$ 1.353. Em 2012, primeiro ano da série histórica da pesquisa, esse rendimento era o equivalente a R$ 1.417. Segundo a instituição, em média, os brasileiros estão recebendo menos e, também, menos brasileiros possuem algum tipo de rendimento. O percentual de pessoas com rendimento no país caiu de 61%, em 2020, para 59,8%, em 2021, o equivalente ao percentual de 2012 – o mais baixo da série histórica.

A pesquisa também ressalta a desigualdade de rendimento entre as regiões do Brasil. Em todas elas houve queda no rendimento médio mensal real domiciliar per capita entre 2020 e 2021. Enquanto na região Sudeste, essa renda passou de R$ 1.742 para R$ 1.645 e na região Sul, de R$ 1.738 para R$ 1.656, na região Norte, ela passou de R$ 966 para R$ 871 e na região Nordeste, de R$ 963 para R$ 843. Na região Centro-Oeste, a variação foi de R$ 1.626 para R$ 1.534.

O levantamento também compara os resultados dos domicílios que recebiam ou não algum tipo de programa de transferência de renda, com destaque para o Bolsa Família. Na passagem de 2020 para 2021, houve queda do rendimento médio em todos os domicílios, mas com maior intensidade para aqueles que tinham indivíduo(s) recebendo algum programa social, que equivalem também, aos de renda per capita menor.

Um dos fatores para o aumento na desigualdade da renda entre 2020 e 2021 pode ter sido a diferença no valor de pagamento do Auxílio Emergencial, que passou a beneficiar os requerentes com apenas a metade do valor inicial (R$ 300). Com isso, regiões mais pobres como Norte e Nordeste foram as mais afetadas.

A pesquisa mostrou também que brasileiros em situação de vulnerabilidade obtiveram quedas drásticas na renda entre os anos de 2020 e 2021, com perdas de 31,8%. Enquanto isso, a parcela de 1% mais rica da população registrou perda de apenas 6,4%. Sendo assim, choques decorrentes da pandemia de Covid-19 afetaram, principalmente, as classes menos favorecidas, ocupantes de trabalhos voláteis que foram extintos no período de distanciamento social.

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