No quarto trimestre de 2022, o Brasil registrou um abate de 2,03 bilhões de bovinos, 1,3 bilhão de suínos e 3,3 bilhões de frangos. Esses números representam aumentos de 6,9%, 2,7% e 2,1%, respectivamente, em relação ao mesmo trimestre de 2021. Na comparação com o terceiro trimestre de 2022, apenas o abate de frangos subiu (2%). Já o abate de bovinos e suínos tiveram quedas de 5,2% e de 4,5%, respectivamente. Esses são os números do levantamento das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último dia 15 de março 2023.
A aquisição de leite, que somou 6,23 bilhões de litros, apresentou queda de 4,2% em relação ao quarto trimestre de 2021 e alta de 2,0% em comparação com o terceiro trimestre de 2022. A aquisição de peças de couro pelos curtumes, que registrou valor igual a 7,55 milhões de peças inteiras de couro cru, por sua vez, apresentou queda de 5,5% em comparação com o terceiro trimestre e alta de 4,5% em relação ao quarto trimestre de 2021. Em se tratando da produção de ovos, nos três últimos meses de 2022, foram produzidas 1,03 bilhão de dúzias de ovos de galinha, alta de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 1,3% quando comparada ao 3º trimestre de 2022.
Há dois destaques considerando essas pesquisas. O primeiro é que a produção de ovos de galinha e do abate suínos no acumulado de 2022 registraram os maiores valores da série, que se iniciou em 1997. Foram produzidas 4,06 bilhões de dúzias de ovos, 1,2% a mais que em 2021, e abatidos 56,15 milhões de suínos, alta de 5,9% em comparação com 2021. O segundo destaque é com relação ao abate de frangos. O ano de 2022 foi o segundo melhor ano da série histórica, com um total de 6,11 bilhões de cabeças de frangos abatidas, apenas 1,26 milhão de aves a menos que em 2021, melhor ano da série.
Os dados apresentados parecem indicar que o Brasil seguirá tendo resultados positivos nas produções das pesquisas citadas. Contudo, é preciso atentar-se à conjuntura econômica nacional e global. Dentro do país, a inflação, se continuar elevada, pode contribuir para um aumento dos preços desses produtos, reduzindo o consumo daqueles mais caros, como é o caso da carne bovina, e aumentar a demanda por substitutos. Esses movimentos poderão afetar o nível de produção no decorrer do ano. No contexto internacional, a produção dos países concorrentes e o preço desses produtos podem ditar o ritmo de produção interno.