Confiança: o principal ativo de uma Economia de mercado

Por Por Vinícius Viegas, Leonan Ferreira e André Sobrinho

Embora a confiança pareça algo muito abstrato, ela está diretamente relacionada ao desempenho da economia, sobretudo em momentos de recuperação. Quando a confiança do brasileiro está em baixa, isso se reflete na sua decisão de consumo e na sua decisão de investimento. É evidente que, se o futuro é incerto, as pessoas tomarão decisões menos arriscadas. Um grande exemplo de indicador de confiança e que esboça a situação de crise atualmente vivida pelo Brasil é o Índice de Medo do Desemprego (IMD), que alcançou 57 pontos em abril de 2019, contra 25 pontos no período pré-crise em 2013.

Com a posse do presidente eleito Jair Bolsonaro, havia grandes expectativas na retomada do crescimento, com a proposta de diversas reformas e a consequente estabilização das contas públicas, com redução do déficit fiscal, contenção da dívida bruta, aumento dos investimentos públicos, privados e estrangeiros, diminuição do desemprego e consequente crescimento do PIB. Passados alguns meses, o nível de confiança e otimismo já não é o mesmo, muito por conta dos resultados econômicos desanimadores e da postergação das reformas propostas, fatores esses que afetam fortemente o investidor, que opta por também postergar sua decisão de investimento.

Apesar de ter registrado alta de 4,1% no ano passado, o nível de investimentos na economia não chegou a animar os especialistas. A expansão ficou longe de recuperar a queda brutal de quase 30% ocorrida nos últimos anos. A taxa atual de investimentos, próxima dos 16% do PIB, é considerada insatisfatória e não conseguirá alavancar o crescimento econômico. O nível de investimento geral no país (de todas as empresas e governo) é 25% inferior ao patamar anterior à recessão (2013/2014), quando o investimento representava cerca de 21% do PIB. O investimento público está hoje abaixo de 1% do PIB, o menor patamar nos últimos 50 anos, quando chegou à casa dos 4% a 5%.

Nesse ritmo, não há meio que faça a economia crescer. Esse cenário pessimista tem impactado sucessivas reduções de estimativas de crescimento do produto interno bruto do país. Além disso, a deterioração do nível de confiança dos investidores no Brasil, em função do endividamento bruto, que beira os 77,3% segundo o Banco Central, e do déficit fiscal, que ultrapassa 100 bilhões de reais, causa impacto direto no nível de investimentos.

Nesse contexto de instabilidade e de desconfiança do brasileiro frente à economia é fundamental que medidas sejam tomadas para que o cenário mude. O principal responsável por essa mudança deve ser o Governo federal e uma das formas para isso são as aprovações das reformas prometidas. Com isso, os investidores estrangeiros e nacionais irão voltar a realizar investimentos no país, criando mais emprego, gerando mais renda, fazendo a economia alavancar e o nível de confiança aumentar.

E-mail para [email protected]

Tribuna

Tribuna

A Tribuna de Minas não se responsabiliza por este conteúdo e pelas informações sobre os produtos/serviços promovidos nesta publicação.

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também