O avanço industrial na retomada econômica

Por Iris Barquette e Kamilla Menezes

A pandemia causada pelo novo coronavírus impactou o número de contratações de grande parte dos setores brasileiros, como pode ser visto frequentemente nos noticiários e no nosso dia a dia. Contudo, com a retomada parcial da economia, alguns destes setores estão se reerguendo frente a crise. Um dos setores que mais apresenta bons resultados é a indústria.

A produção industrial brasileira cresceu 2,6% em setembro, na comparação com agosto, tendo o setor acumulado a quinta alta mensal seguida, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O cenário é otimista, a indústria acumulou em cinco meses um ganho de 37,5%, enquanto apresentou perdas entre março e abril de 27,1%.

Esse cenário é resultado de duas variáveis somadas. A primeira delas foi um considerável aumento da produção industrial no acúmulo do ano. A segunda foi aumento da demanda de alguns setores devido a pandemia, como, por exemplo, os produtos de higiene e limpeza. No entanto, não só essa parcela da indústria colheu aspectos positivos da situação.

Com a maior permanência em isolamento social, também houve a ascensão da demanda por outros nichos de produção, como: produtos alimentícios (5,4%), produtos derivados do petróleo (4,5%), perfumaria e produtos de limpeza (3,9%) e produtos farmacêuticos (2,1%).

Outro aspecto positivo, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), é que a alta na produção tem sido acompanhada por mais contratações e aumento nos investimentos por parte dos empresários. No entanto, há preocupações sobre a evolução da pandemia e o risco de novas paralisações preocupam o setor que teme que uma nova crise possa de novo contrair o setor industrial.

Apesar da melhora, não é possível dizer que o setor atingiu o seu ápice. A produção industrial vem se fortalecendo, mas ainda não superou as perdas que a indústria já vinha acumulando durante os anos. O setor ainda se encontra 15,9 pontos percentuais abaixo do seu patamar mais alto, alcançado em agosto de 2018. Com isso, há espaço para que as projeções ainda mais otimistas se realizem, promovendo a abertura de novos empregos e sendo um dos pilares de ajuda para reaquecer a economia do Brasil.

Conjuntura e Mercados

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