Sempre que as pessoas estão discutindo sobre investimentos, surge a pergunta sobre aquele que irá entregar o maior retorno nos próximos anos: seriam as ações e os fundos imobiliários, impulsionados pela retomada econômica, ou a renda fixa, tradicional porto seguro contra as frequentes crises? O questionamento é válido, visto que, como é fácil observar no curto prazo, a economia e a bolsa não são retas crescentes, mas sim curvas, com seus altos e baixos.
Neste sentido, é muito comum encontrar investidores orgulhosos por terem seu dinheiro em fundos ‘multimercado’, aqueles que possuem gestores capacitados para saber os melhores momentos de investir em determinadas aplicações, entregando um bom retorno no longo prazo e diminuindo o risco às oscilações da renda variável. Porém, rentabilidade observada não é a única coisa que deveria importar.
Como já vimos no texto “Uma boa Companhia para o Longo Prazo”, boas ações, no longo prazo, tendem a ter uma rentabilidade média muito acima da renda fixa. Apesar disso, não é correto recomendar a qualquer investidor que coloque a maior parte do seu dinheiro em ações, pois muitos não conseguem lidar bem com os momentos de queda, o que pode levá-los a comprar e vender os papéis em momentos errados (compra na alta, venda na queda), incorrendo em grandes prejuízos. O mesmo vale para os fundos multimercado, que podem apresentar bons resultados, mas não são flexíveis a todos os perfis de investidor, além de possuírem taxas de administração relevantes.
Uma alternativa que torna mais aderente o perfil e expectativas do investidor à aplicação é o COE (Certificado de Operações Estruturadas), um produto emitido por bancos e distribuído por corretoras e que combina renda variável e fixa, com retornos atrelados a índices e ativos, como inflação, câmbio ou ativos internacionais. Elaborado com base em cenários de ganhos e perdas, conhecidos pelo cliente desde o início da operação, a emissão do instrumento pode ser feita na modalidade que garante o valor principal do investimento (Valor Nominal Protegido) ou com a possibilidade de perda do capital (Valor Nominal em Risco). Entre as vantagens, estão a possibilidade de customização da carteira por parte do investidor, respeitando os requisitos mínimos que variam de acordo com o banco emissor, e a ausência de taxas administrativas (apesar de parte do valor investido ser destinado à corretora que vende o produto). Para se ter uma ideia da vantagem dessa isenção frente aos fundos, as taxas médias cobradas por esses ficam em torno de 0,82% para fundo de renda fixa, 1,54% para fundos multimercados e 1,80% para fundos de ações.
Mas atenção: apesar de ser um produto bancário, o COE não conta com a proteção do fundo garantidor de crédito. Por isso, antes de colocar seu dinheiro em COEs, é importante que o investidor tenha em mente o nível de risco que estará disposto a aceitar, além, é claro, de esclarecer todos os aspectos envolvidos na operação com o seu corretor. Mais uma vez, conhecimento é o que fará a diferença.
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