A poucas semanas do fim de 2017, o comércio vivencia um momento de expectativas para o aumento das vendas para o Natal. Depois de dois anos consecutivos de recuo nas vendas para a data, tudo indica que, nesse ano, os negócios tendem a mudar para melhor. Atualmente, o setor industrial encontra-se aquecido e com boas perspectivas para o fim do ano, já que a previsão é que as vendas relacionadas à data movimentem cerca de R$ 34,7 bilhões. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas gerais podem crescer mais de 4% em relação a 2016. Os números são ainda melhores em setores específicos, como o de brinquedos, onde este aumento pode chegar a 10%, e o de lojas de móveis e eletrodomésticos, que estima melhoria de 17,4% em relação à mesma data de 2016.
Motivos não faltam para sustentar o otimismo em relação às expectativas de vendas; sinais de melhora no mercado de trabalho, injeção de R$ 15,9 bilhões na economia com os saques das contas do PIS/Pasep, significativa queda da inflação e juros mais baixos. Tais fatores propiciam o início de um círculo virtuoso, em que o crescimento da renda disponível estimula as compras por bens e serviços e, consequentemente, impulsiona a produção e a geração de novos empregos.
Com toda essa expectativa de alta, o volume previsto de trabalhadores formais temporários para a data já subiu de 73,1 mil para 73,8 mil e, segundo a expectativa da CNC, 30% desses trabalhadores, contratados de forma temporária, podem ser efetivados após o natal de 2017. É importante notar que, com a queda das taxas de desemprego (dados do IBGE), as pessoas se mostram menos receosas, o que implica no aumento das vendas, e consequentemente, eleva a confiança dos empresários, que tendem a elevar os investimentos em médio prazo. As contratações temporárias e possibilidades de efetivação podem ser consideradas um sinal desse movimento; os empresários estão bem otimistas e apostam que os próximos meses serão produtivos.
Apesar de estar sendo traçado um bom cenário para os próximos meses, e a confirmação destas expectativas serem determinantes para a direção que a economia brasileira irá tomar, para haver um crescimento consistente e duradouro, apenas uma boa data de vendas não é suficiente. A prática de uma agenda econômica que preze pela estabilidade capaz de fazer os setores deslancharem se faz fundamental. A boa notícia é que, ainda que a passos lentos, estamos caminhando.