A instabilidade no volume de vendas do comércio varejista

Por Maria Clara, Thiago Gouvea, Jamaika Prado e Weslem Faria

O setor de comércio varejista brasileiro, em 2022, tem apresentado instabilidade no volume de vendas de acordo com dados da última Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), referente ao mês de agosto, divulgada no dia 7 de outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os meses de janeiro e maio, o volume de vendas varejistas apresentou saldos positivos. No período de junho a agosto, os resultados das vendas alcançaram patamares negativos acumulando perdas de 2,5%. No ano, o setor acumulou aumento de 0,5%. Em comparação ao mês de agosto de 2021, registrou queda de 1,4%.

A variação entre o mês de julho e agosto foi de -0,1%, impulsionada por três das oito atividades pesquisadas, sendo elas: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,4%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,2%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,3%). Por outro lado, cinco atividades apresentaram crescimento: tecidos, vestuário e calçados (13%), combustíveis e lubrificantes (3,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (2,1%), móveis e eletrodomésticos (1%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%). Com relação à receita nominal, houve recuo de 0,3%, quando comparado ao mês de julho. Essa estabilidade na variação próxima de zero está relacionada à participação da atividade hiper e supermercado, que sozinha representa cerca de 50% no índice global. Outra atividade que contribuiu para esse resultado são os artigos farmacêuticos.

No que diz respeito ao comércio varejista ampliado, que inclui vendas de veículos e peças e os materiais de construção, a variação do volume de vendas entre julho e agosto foi de -0,6%. Os veículos, motos, partes e peças cresceram 4,8%, e os materiais de construção apresentaram queda de 0,8%.

O crescimento das vendas do varejo entre julho e agosto foram observados em 15 unidades da Federação. Os maiores volumes de vendas foram registrados na Paraíba (27,1%), seguido por Roraima (3,9%) e Distrito Federal (3,6%). As maiores quedas registradas foram em Sergipe (-2,2), Rondônia (-1,9) e Pernambuco (-1,7%).

Ao comparar esses dados com os registrados no mês de agosto de 2021, os resultados são positivos para 20 estados, com destaque para Paraíba (35,6%), Roraima (16,5%) e Mato Grosso (16,3%). Esse resultado da Paraíba está associado à distribuição e comercialização de produtos, já que o estado é um polo de distribuição no Nordeste. Por outro lado, as maiores reduções nos volumes de vendas foram observadas no Rio de Janeiro (-6,7), seguido por Pernambuco (-5,0%) e Rondônia (-3,8).

O resultado registrado para o mês de agosto posiciona o comércio no menor patamar do ano de 2022. O volume de vendas é 1,1% maior se comparado ao período pré-pandemia, porém se encontra abaixo do ponto mais alto registrado da série, que ocorreu em outubro de 2020. Esse panorama mostra que a trajetória da PMC pós-pandemia ainda é instável.

 

Conjuntura e Mercados

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