Aumento da cesta básica pesa na mesa dos brasileiros

Por Conjuntura e Mercados

O aumento do preço do arroz foi tema de discussão em todo o país nas últimas semanas. O alimento, que é o principal item da mesa do brasileiro e pilar da cesta básica, já acumula um aumento de 19,25% ao longo do ano, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) desenvolvido pelo IBGE. As explicações para o aumento nos preços do arroz e de outros itens da cesta básica brasileira, como o leite e o óleo de soja, têm sido apresentadas a partir de diferentes óticas: a alta do dólar, o período de entressafra, o aumento da demanda e até a própria atuação estatal.

O câmbio se reafirma como um dos grandes fatores de impacto na economia brasileira quando se pontua a grandeza das commodities na nossa matriz econômica. Nos últimos seis meses o dólar subiu aproximadamente 40% e como decorrência disso observou-se a escolha do produtor pela exportação, que se tornou a opção mais lucrativa. Esse evento ocasiona um repasse de valor maior para o mercado interno, sendo essa a maneira que o exportador encontra de compensar o lucro que em teoria está perdendo ao vender nacionalmente. Apenas em agosto, as exportações cresceram 93% em relação ao mesmo período do ano passado.

O preço do arroz costuma ser mais alto no segundo semestre do ano, por se tratar de período de entressafra. Nesse período, a colheita é menor, o que resulta em uma oferta mais reduzida do grão e elevação do seu preço. Além disso, se tem a priorização do governo na monocultura da soja. O investimento nas reduções das terras de plantio de arroz para dar lugar a soja, maior commodity brasileira, tem recebido auxílio governamental, sendo um estímulo à produção de soja.

O aumento da demanda também afetou fortemente o seu preço. Desde que a pandemia chegou ao Brasil, a procura por alimentos cresceu, devido a um maior número de pessoas preparando e consumindo suas refeições majoritariamente em casa. Com isso, a procura por alimentos teve alta, o que resultou no aumento dos itens da cesta básica.

Para os mineiros o cenário não é diferente. Em Belo Horizonte, por exemplo, arroz e óleo de soja já registram altas de 23,12% e 22,80% no acumulado do ano, respectivamente. A alta do arroz ajudou a elevar o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses para 2,44%. Em agosto, a inflação aumentou (0,24%) pelo terceiro mês seguido, alcançando o maior patamar verificado para o período desde 2016. Até mesmo João Sanzovo Neto, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), após reunião com o presidente defendeu a substituição do consumo de arroz por macarrão, já que ainda não há previsão de que os preços reduzam significativamente em 2020.

Por Iris Barquette, Mariana Curbani e Marcos Sena

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