Ter previdência é garantia de um futuro tranquilo?

Por Bruno Perry, André Sobrinho, Felipe Souza e Alexandre Ribeiro

A mãe chega feliz ao banco para verificar o saldo da previdência privada da filha de 17 anos. O plano foi seguido à risca, desde que a menina tinha 1 dia de vida. Os depósitos, corrigidos pela inflação, nunca deixaram de ser feitos. A expectativa era de finalmente poder pagar pelos 4 anos da faculdade. Para desespero da mãe, o saldo acumulado mal daria para o primeiro ano do curso. Pois é, todo mundo já ouviu ou ainda ouvirá uma história assim, infelizmente.

Como todos já sabem, a Previdência Social no Brasil é um sistema não sustentável, considerando que há cada vez menos pessoas trabalhando para mais aposentados. Uma outra questão preocupante nesse sistema é o achatamento dos benefícios para a população de menor renda. O valor da aposentadoria daqueles que hoje recebem mais de um salário mínimo tende, ao longo dos anos, a apenas 1 salário mínimo. A lógica é simples: o reajuste do salário mínimo leva em conta a inflação mais o crescimento do país (PIB), enquanto o reajuste da Previdência considera apenas a inflação. Com o tempo, a menor correção da Previdência leva à redução do benefício para o piso de apenas um salário mínimo.  Incertezas como essas revelam que já não é possível que a população brasileira conte com o Governo quando o assunto é previdência pública. A alternativa mais usada até o momento para resolver a questão é a previdência privada, mas essa também não tem sido melhor.

A título de exemplo, nos últimos 12 meses, os fundos de previdência dos maiores bancos do país renderam 5,46%, apenas 0,86% acima da inflação, enquanto investimentos mais seguros, que podem ser acessados facilmente por quem tenha pelo menos R$ 100, conseguem gerar uma rentabilidade muito melhor e com o mesmo nível de segurança.
Para fins de comparação, R$ 200 poupados por mês, durante 30 anos, aplicados na previdência privada, gerariam uma renda mensal de apenas R$ 58,64 acima da inflação. Já investindo com uma boa assessoria de investimento, por meio da qual um investidor pode ter acesso a diversos tipos de produtos, geraria uma renda mensal de R$ 1.419,55 acima da inflação no mesmo período – 24 vezes a gerada pela previdência privada do banco.

Mais importante, entretanto, do que investir bem é definir para “o que” e para “quando” se investe. Se seu gerente não te perguntou para quando você precisará do dinheiro reservado e que montante (corrigido pela inflação) seria suficiente para realizar seus planos ou, pior, se nunca fez contato para, juntos, verificarem se o planejado estava se desenvolvendo conforme a realidade, então você ainda não tem um “plano” de previdência. Tem, no máximo, uma poupança forçada que remunera bem pouco acima de inflação.

Está na hora de abandonar a cegueira financeira e realmente escolher o que desejamos para nossa vida. O passo seguinte será natural e bem menos custoso do que viver à mercê dos planos públicos e privados atuais.

 Email para [email protected]

Conjuntura e Mercados

Conjuntura e Mercados

A Tribuna de Minas não se responsabiliza por este conteúdo e pelas informações sobre os produtos/serviços promovidos nesta publicação.

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também