O mercado publicitário tem avançado nos últimos anos. Um reflexo disso é o crescimento no investimento em propaganda por parte das empresas. De acordo com a pesquisa Insider Advertising da Kantar Ibope Media, em 2021, as firmas despenderam em publicidade um valor 22% superior em relação a 2020 e 49% superior em relação a 2019. Esse fenômeno pode ser explicado, em parte, pela retomada gradual das atividades econômicas em decorrência da vacinação contra a Covid-19. Segundo a pesquisa, houve um crescimento de 39% nas campanhas mobiliárias urbanas (outdoors, relógios de rua, painéis digitais). Com a expectativa de melhora no cenário econômico, as companhias realizaram um investimento maior em propaganda, diversificando a forma de contato com o consumidor.
Nessa conjuntura, para o final de 2022, o setor carrega perspectivas melhores em comparação ao ano anterior, tanto por fatores macroeconômicos quanto por razões políticas. Ao analisar os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve crescimento nos dois primeiros trimestres do ano em comparação ao mesmo período de 2021. Vale destacar que o aumento da atividade econômica vem sendo “puxado” pelo consumo das famílias, que teve aumentos de 2,2% e 5,3%, respectivamente, no primeiro e segundo trimestre deste ano em comparação com os mesmos períodos de 2021. Por outro lado, os investimentos registraram queda de 7,2% no primeiro trimestre e aumento de 1,5% no segundo. Diante disso, com o aumento do consumo, as empresas tendem a aumentar os gastos com publicidade. A relação entre consumo e gastos com publicidade é alta, uma vez que 70% dos consumidores tendem a estar antenados aos anúncios das marcas, conforme divulgado pela Kantar Ibope Media.
Além disso, dado que o período de campanha política aumenta a receita do setor publicitário e gera crescimento para a atividade, as perspectivas para o setor, neste ano, são as mais positivas. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram distribuídos R$ 4,9 bilhões para os partidos políticos, provenientes do Fundo Especial de Campanha (FEFC). Parte desses recursos é destinada para criação de propaganda dos candidatos, cujo valor gasto em publicidade eleitoral para todos os cargos atingiu R$ 232 milhões no final de agosto, segundo o TSE.
Por Jonas Nogueira, Mariana Curbani e Weslem Faria