Como o bater de asas dos vírus que vêm da China atingem o mundo

Por André Sobrinho e Leonan Ferreira

Até o dia 31 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram mais de 11 mil casos envolvendo o coronavírus. Os números dão conta de 24 países atingidos e 259 mortes. O novo vírus causa doença respiratória e começou a ser propagado na cidade chinesa de Wuhan. A doença vem causando preocupação no mundo inteiro, principalmente pelo forte poder de disseminação da mesma. Reflexos de todos os tipos, sobretudo econômicos, têm sido sentidos em todo o planeta e colocam em evidência a fragilidade social da China, grande potência e segundo maior importador do mundo.

Dois pontos principais são responsáveis pelos impactos na economia mundial. O primeiro são as diversas incertezas em torno do quanto o coronavírus pode se espalhar e causar fatalidades, o que gera um movimento de cautela e redução nas negociações de investidores e empresas quando a China é envolvida. Tal movimento é em parte responsável por quedas substanciais em inúmeras bolsas de valores. No Brasil, o Índice Bovespa recuou 1,53% e o Dow Jones fechou com resultado negativo de 2,09% apenas no dia 31/01/2020.

O segundo ponto diz respeito à situação interna da China, que prolongou o feriado de ano novo, enquanto a província de Hubei e sua capital Wuhan permanecem em completa quarentena, com as ruas desertas e todas as atividades que não envolvem os hospitais ou o abastecimento de produtos alimentícios paralisadas. Além disso, as medidas básicas de prevenção contra o vírus buscam evitar o contato com infectados, fato que gera um movimento de reclusão por todo o país. A implicação direta desta situação é a redução do consumo interno. Com grande parte da atividade econômica na província de Hubei paralisada, é certo que o segundo maior importador do mundo reduzirá sua compra de produtos no exterior, resultando em uma diminuição dos preços de diversos produtos primários que o próprio Brasil fornece, como petróleo, minério de ferro e soja.

No dia 30 de janeiro, a OMS declarou que o coronavírus passou a ser considerado como uma “emergência de saúde pública de interesse internacional”, atribuindo à doença uma preocupação diferenciada, aumentando o grau de alerta no mundo. Diante de outros problemas vivenciados pela China, já era esperada desde o ano passado uma desaceleração da economia do país asiático, mas, com o surto, esta desaceleração pode ser agravada. Contudo, de acordo com o ministro conselheiro da embaixada da China, o país tem mais experiência e mais recursos para lidar com uma situação deste tipo, sendo capaz de minimizar o impacto tanto econômico como humano. É evidente que a economia mundial sofrerá consequências diretas e que conter o coronavírus de forma ágil e eficiente passa a ser prioridade do mundo numa economia global.

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