No Brasil e no mundo, observamos algo frequente: áreas de preservação sofrendo incêndios, com grande perda de bioma. Tal tema vem sendo discutido pelo alto escalão mundial, em paralelo com a pandemia da Covid-19, que vem causando efeitos negativos na economia. As queimadas, além de oferecerem grande ameaça à vida da população, também agravam a crise já existente em alguns setores, como no ecoturismo.
O ecoturismo é de suma importância para questões ambientais e econômicas. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), o turismo ambiental é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, os patrimônios natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações. Dessa forma, o ecoturismo se torna a subdivisão do turismo que mais cresce: enquanto o turismo convencional expande a 7,5% por ano, o ecoturismo cresce a taxas de 15% a 25%. Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), o faturamento anual do setor em nível mundial é estimado em US$ 260 bilhões, sendo que cerca de US$ 70 milhões são arrecadados pelo Brasil.
Contudo, as queimadas representam um impacto para o ramo. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Floresta Amazônica, de janeiro a outubro de 2020, registrou mais focos de incêndio do que em todo o ano de 2019. O Parque Nacional do Pantanal também não ficou ileso: ao todo, cerca de 80 mil hectares de sua área ficaram em chamas. Na região também houve queimadas de mais de 80% do Parque Estadual Encontro das Águas, o qual dispõe da maior quantidade de onças-pintadas por km² do planeta.
Outrossim, Minas Gerais lidera o ranking de devastação da Mata Atlântica. Segundo um levantamento da SOS Mata Atlântica e do Inpe, houve um aumento de 47% em assolação, quando comparado com 2019. O levantamento apresentou que o Cerrado, representante de metade da fauna mineira, foi o segundo bioma mais afetado em todo país, concentrando 28,3% dos focos de incêndio do país. O bioma apresenta várias espécies em extinção, incluindo o lobo-guará, o qual é protagonista da nova nota de R$ 200.
Na Zona da Mata, o setor também sofre com os danos ambientais: o Parque Estadual de Ibitipoca registrou, no final de setembro, um incêndio que atingiu aproximadamente 500 hectares, cerca de 35% de área de conservação. O impacto foi tão grande que o parque teve que adiar sua reabertura (o fechamento foi causado pela pandemia da Covid-19). Em Juiz de Fora, o setor não tem tanta influência, no entanto, o ecoturismo pode expandir no município, visto a abertura do Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), situado na Mata do Krambeck. De certo, a população deve procurar a conservação de suas áreas ambientais, caso contrário, o ecoturismo pode “morrer” antes de “nascer” na cidade.