Coronavírus, a saga continua

Por Por André Sobrinho, Leonan Ferreira e Vinícius Viegas

O temor de uma “pandemia” do novo coronavírus já é uma realidade, considerando a velocidade com que a doença infecciosa vem se propagando no mundo inteiro. Os casos fora da China chamam muita atenção e causam grande preocupação na população e nas autoridades de saúde. O temor de uma perda de controle da doença tem derrubado bolsas de valores para além do continente asiático. O novo coronavírus já infectou mais de 85 mil pessoas e matou mais de 2.900 indivíduos.

O vírus tem se espalhado principalmente em três países fora da China: Coréia do Sul, Irã e Itália. Este último já confirmou 21 mortes pela doença e cerca de 821 casos. Diversos eventos públicos foram cancelados no país europeu. Os primeiros casos da doença também foram registrados na Croácia, Áustria e Suíça. Algumas autoridades de saúde já tratam a situação como “profundamente preocupante”. Até domingo (1º/03), foram confirmados cerca de 85 mil casos em quase 60 países, em cinco continentes. A única região sem registro até o momento é a África subsaariana. A China ainda lidera a concentração, com 78,6 mil diagnósticos confirmados.

No Brasil, existem até agora 207 casos considerados suspeitos de coronavírus enquanto dois casos foram confirmados na cidade de São Paulo, sendo um destes o primeiro registro do vírus na América Latina. Até o momento, Brasil, México e Equador possuem casos confirmados. A repercussão direta desta descoberta em território brasileiro ocorreu no mesmo dia (26/02), com uma queda de cerca de 7% no Índice Bovespa, ou 8 mil pontos (a maior da história do índice). Tal queda é resultado da fragilidade do processo de recuperação da economia brasileira frente às adversidades e, claro, de um medo generalizado de que o vírus possa se disseminar pelo país ou até mesmo pelo continente, considerando que as expectativas de crescimento para o ano de 2020 podem cair ainda mais do que o previsto. Em síntese, a já certa desaceleração chinesa somada a uma possível disseminação do vírus pelo Brasil resulta em cenários com crescimento substancialmente menores dentro do nosso território. As variáveis mais importantes que afetam este resultado neste momento são as exportações e importações, as quais sofrem com os resultados negativos na produção internacional e a incerteza em relação ao quão longo e fatal pode ser o avanço do coronavírus.

O momento é de tensão para a economia global e, enquanto uma vacina não for anunciada, o pânico entre os analistas e nas bolsas de valores ao redor do mundo deve permanecer. Além da China ser um grande mercado consumidor de diversas empresas globais, o país tem forte impacto na cadeia de produção mundial. O Brasil, por exemplo, além de estar perdendo um importante comprador de commodities, como minério de ferro e soja, também perde um fornecedor que tem papel importante para a indústria local, especialmente a de produtos eletroeletrônicos. Essa “Chinodependência” acontece com quase todos os países ao redor do globo. Portanto, enquanto o país estiver comprometido, a economia global também estará.

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