Comércio: recuperação ainda em 2020?

Por Por Jonas Carvalho e Paulo Betbeder

O início de dezembro marca o encerramento de um ano atípico para o setor de comércio de bens e serviços no Brasil. Diferentemente de seu braço eletrônico, restrições no começo da pandemia por causa das características de transmissão do coronavírus afetaram, negativamente, os estabelecimentos físicos. Negócios amarguraram prejuízos e, em diversos casos, tiveram de dispensar funcionários ou até mesmo fechar suas portas. Contudo, a partir dos movimentos de reabertura dos estabelecimentos comerciais nas cidades brasileiras, a atividade pôde respirar novamente com o movimento de retomada do consumo no país.

Tratando de Minas Gerais, os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC-IBGE) e da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS-IBGE) registraram em setembro – na comparação com agosto – aumentos tanto no volume de vendas do comércio varejista ampliado (1,5%) quanto no volume de serviços (1,2%). No que diz respeito somente ao comércio varejista ampliado, o processo de recuperação positivo no estado mineiro se refletiu no crescimento acumulado entre janeiro e setembro de 2020 (+0,5%), – o que indica um processo de recuperação após os resultados negativos observados ao longo do ano. Já para as atividades categorizadas como serviços, apesar dos crescimentos mensais de junho a setembro, a comparação para o período janeiro-setembro apresenta resultados negativos (-7,9%).

Olhando agora apenas para Juiz de Fora, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) já indicam um saldo positivo no nível do emprego formal no acumulado de janeiro a setembro de 2020, sendo que o comércio registra um saldo de 678 vagas e os serviços, um saldo de 1.986 vagas, entre admissões e desligamentos.
Além disso, não se pode esquecer que nos períodos finais de cada ano surgem datas de forte apelo ao consumo, esperadas pelos comerciantes para aumentarem suas vendas, ou melhor, no caso de 2020, para recuperarem seus prejuízos.

Ainda é preciso conferir os dados consolidados da Black Friday que tinha data marcada para sexta-feira dia 27, fato é que, aliada às vendas do Natal, ambas as datas possuem a perspectiva positiva de fornecerem um fôlego ao setor que passou por altos e baixos em 2020. Contudo, com o aumento do número de casos de Covid-19 na cidade, ressurge uma incerteza sobre o funcionamento dos estabelecimentos durante esse período de aquecimento de vendas, em que, conforme visto no começo da pandemia, restrições mais fortes tendem a prejudicar o desempenho do setor.

Por Jonas Carvalho e Paulo Betbeder

Conjuntura e Mercados

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