O Aquecimento do Varejo

Por Rodrigo Dutra e Marcos Sena

Com o enfraquecimento da pandemia de Covid-19 e a flexibilização das medidas de restrição sanitária utilizadas para controlar a disseminação do vírus, alguns setores da economia começaram a apresentar resultados positivos. Depois de tempos difíceis, o comércio varejista começou a apresentar crescimento, isso é o que mostra a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada no último dia 13 de abril pelo IBGE. Segundo a pesquisa, o varejo brasileiro apresentou, em fevereiro, o segundo mês com resultado positivo no ano, avançando 1,1% quando comparado com janeiro de 2022.

O resultado acompanha os dados apurados na Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) que, para fevereiro, constatou aumento de 1,4% frente a janeiro deste ano e, para março, apontava um crescimento de 1,8% na intenção de consumo das famílias, sendo este o terceiro aumento consecutivo, atingindo o maior nível desde maio de 2020. Ainda segundo a pesquisa, o principal fator para o crescimento na expectativa de consumo das famílias é a recuperação do mercado de trabalho, uma vez que, com maiores chances de emprego, os consumidores podem ter maior acesso a renda, aumentando a confiança das famílias, o que levaria a um aumento no consumo.

Em Minas Gerais, a PMC mostrou um aumento ainda maior. O varejo mineiro teve crescimento, em fevereiro de 2022, de 3,8% quando comparado com o mês imediatamente anterior, e de 2% se comparado a fevereiro de 2021. Uma pesquisa realizada pela Fecomércio-MG, entre janeiro e fevereiro de 2022, já apontava para um aumento nas expectativas de venda por parte dos empresários mineiros. De acordo com o levantamento, em 54,4% das empresas entrevistadas havia a expectativa de que o primeiro semestre deste ano seria melhor que o segundo semestre de 2021.

Grande parte da expectativa positiva se deve ao dia das mães, que ainda não ocorreu e que figura como uma das datas mais importantes para o comércio em geral. Em um levantamento das expectativas do comércio varejista mineiro, feito especificamente para o dia das mães de 2022, a Fecomércio-MG constatou que a data deve afetar 61,3% das empresas do varejo de Minas Gerais, sendo que destas, 85,9% esperam superar as vendas do ano passado.

Porém, uma outra taxa em ascensão não traz boas notícias para as empresas do setor. Segundo o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), a taxa de inadimplência da pessoa física no varejo, que leva em consideração atrasos acima de 90 dias, pode atingir o maior nível do ano no mês de abril, 4,69%. Já para os meses seguintes, maio e junho, a expectativa é de que essa taxa diminua para 3,05% e 2,82%, respectivamente.

Diante do exposto, pode-se visualizar que, apesar da elevada taxa de juros vigente no Brasil, o setor varejista está apresentando crescimento em 2022, impulsionado sobretudo pela flexibilização das medidas sanitárias contra o coronavírus e pelo aumento da intenção de consumo das famílias brasileiras. Por outro lado, o maior volume de vendas no varejo está acompanhado do aumento da inadimplência, o que pode gerar preocupação para os vendedores.

Conjuntura e Mercados

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