Monte Sinai realiza com sucesso primeiro transplante de fígado
PUBLIEDITORIAL
Cirurgia mobilizou uma grande equipe, e paciente já teve alta
O primeiro paciente de transplante hepático realizado no Hospital Monte Sinai teve alta no dia 16 de setembro. A cirurgia mobilizou uma grande equipe, com apoio do staff do Hospital Quinta D’Or, do Rio de Janeiro, que orienta e apoia os primeiros procedimentos no Monte Sinai. Os médicos preferiram não divulgar dados do paciente, visando manter o sigilo de identificação doador/receptor, mas confirmaram que todas as fases do processo foram muito boas e ele se recuperou de forma muito satisfatória. A equipe revelou apenas que o paciente, advindo do Centro de Referência em Doenças Hepáticas do HU/UFJF, foi um dos primeiros a serem ativados na lista regional da Zona da Mata, ao ser encaminhado para o Centro de Transplante Hepático do Monte Sinai.
Portador de uma cirrose hepática não alcóolica, ele esperou menos de um mês a partir de sua ativação na fila de espera e, enquadrado nas normas vigentes no Brasil para o procedimento, quando o órgão ficou disponível, ele era o mais pontuado (conforme escala MELD), devido às complicações de sua doença, e tinha a compatibilidade sanguínea adequada, além de condições ideais de saúde, sendo selecionado.
Este procedimento pioneiro teve um enorme saldo de sucesso em todas as etapas de uma operação complicada, – desde a captação do órgão até a alta – e seu resultado está sendo muito celebrado por todos no Monte Sinai. “Mais do que os cirurgiões, hepatologistas, enfermeiros e técnicos que nos assistiram diretamente, parecia que o hospital inteiro estava mobilizado para nos atender. Todos sabiam o que ia acontecer, para onde nos encaminhar e fomos muitos bem acolhidos especialmente na parte assistencial, mas também do ponto de vista emocional e psicológico”, ressaltou a cunhada do paciente.
Um sonho de mais 15 anos que se realiza
“Para quem começou a se preparar para este resultado há tantos anos, este primeiro transplante é uma grande vitória”, conta o cirurgião e professor Carlos Augusto Gomes que compõe a equipe que iniciou o projeto no Monte Sinai, ainda nos anos 2000, junto com Rodrigo Peixoto e Cleber Soares Júnior.
Liderada pelo cirurgião Lucas Demétrio, a equipe do Rio garantiu que tudo correu como esperado e elogiou muito a estrutura do Hospital e a capacidade técnica dos anestesiologistas e do grupo de cirurgia original do Serviço, que conta com o reforço dos jovens, mas já experientes cirurgiões, Igor e Victor Cangussu.
Após o credenciamento, em 2016, foi montada uma grande equipe de apoio para ordenar um fluxo complexo, da seleção ao acompanhamento pré e pós-cirúrgico, vários especialistas estão mobilizados neste processo, entre gastro e hepatologistas, endoscopistas, patologistas, radiologistas intervencionistas e anestesiologistas. O Hospital conta ainda com equipe multidisciplinar que brilhou neste primeiro teste, demonstrando alto nível assistencial nas áreas de Enfermagem, Nutrição, Psicologia e Fisioterapia para garantir a recuperação do paciente.
Excelentes perspectivas para os candidatos da Zona da Mata
O processo brasileiro de transplante é muito organizado e justo, garantem os profissionais do Centro de Transplante Hepático do Monte Sinai. Todo o procedimento do de fígado é garantido pelo Sistema Único de Saúde e a Zona da Mata teve uma grande vitória com dois centros credenciados recentemente.
O hepatologista Fábio Pace, da equipe do Monte Sinai, diz que a regionalização da fila antecipou a oportunidade para este primeiro paciente transplantado no Hospital. Logo nos primeiros exames para sua ativação na lista, foi dada a chance de mantê-lo em Juiz de Fora, em vez de deslocar toda a família para o Rio de Janeiro, como quase aconteceu.
“Para este primeiro órgão disponível havia quatro pessoas na fila e estamos perto de ativar mais cinco candidatos”, revela o médico. Ele avalia que, neste início, a tendência é de rapidez no atendimento dos pacientes da Zona da Mata Mineira. O que é muito positivo, pois a regra para este paciente-candidato é conviver com um tipo de doença com alto índice de mortalidade na fila de espera. No estado de São Paulo, por exemplo, esta fila tem mais de 4 mil pessoas.