Abril: Mês internacional de consciencialização para a cesariana
Abril é o mês internacional da consciencialização para a cesariana, um evento organizado pela ICAN – International Cesarean Awareness Network.
Esta campanha mundial pretende informar a sociedade sobre os partos cirúrgicos, a sua importância e os seus riscos.
A pandemia veio agravar as taxas de cesariana no Mundo, pela conveniência de se agendarem testes de covid e indicar induções e cesarianas de acordo com a disponibilidade dos serviços. Ainda não recuperamos desse retrocesso.
Em janeiro deste ano, o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, afirmou que “há blocos de parto privados que fazem 40 a 50 partos por ano, eventualmente um parto por semana e com taxas de cesariana de 100%. Eu tenho dúvidas se são blocos de partos ou se são blocos cirúrgicos, que é bem diferente”.
Mas porque é que as taxas de cesariana são importantes? A cesariana, apesar de cada vez mais segura, como qualquer cirurgia, traz riscos, tanto para a mãe como para o bebê. E o aumento da sua taxa não se traduziu em melhores resultados perinatais. Muito pelo contrário. Por outro lado, cesarianas “a menos”, significam mais mortalidade e morbilidade. Este é um equilíbrio difícil de se conseguir, na grande maioria das nações.
De acordo com uma nova pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de cesariana continua crescendo mundialmente, respondendo agora por mais de um em cada cinco (21%) partos. Este número deve continuar aumentando na próxima década, com quase um terço (29%) de todos os partos provavelmente ocorrendo por cesariana até 2030, revela a pesquisa.
Embora uma cesariana possa ser uma cirurgia essencial e que salva vidas, ela pode colocar mulheres e bebês em risco desnecessário de problemas de saúde em curto e longo prazo, se realizada quando não há necessidade médica.
“As cesarianas são absolutamente essenciais para salvar vidas em situações em que partos vaginais representam riscos, portanto, todos os sistemas de saúde devem garantir o acesso oportuno para todas as mulheres quando necessário”, afirmou Ian Askew, diretor do Departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva e Pesquisa da OMS e do programa conjunto da ONU, HRP. “Mas nem todas as cesáreas feitas no momento são necessárias por motivos médicos. Procedimentos cirúrgicos desnecessários podem ser prejudiciais tanto para a mulher quanto para seu bebê.”
Dados do Brasil
No Brasil, aproximadamente 55% dos partos realizados no país são cesáreas. É a segunda maior taxa do mundo, atrás apenas da República Dominicana. Se considerarmos a realidade no sistema privado de saúde, a proporção pula para 86%.
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👉🏼 Fontes:
Organização Mundial de Saúde, 2015
Pordata INE, 2020
Eurostat, 2017
British Medical Journal, 2018
The Lancet, 2018
National Library of Medicine, 2018
National Library of Medicine, 2022