Qual a distância entre Baeta e Tupi?
Tupynambás e Tupi iniciam, neste final de semana, a caminhada em mais uma temporada de Módulo II do Campeonato Mineiro. Enquanto o Leão do Poço Rico volta à divisão de acesso à elite mineira após o rebaixamento no ano passado, o Carijó convive com problemas extracampo – que não são novidades em Santa Terezinha -, mas que, inegavelmente, prejudicam o clube dentro das quatro linhas. O Baeta recebe o Nacional de Muriaé no domingo (4), às 11h. Também no Estádio Municipal, mas um dia antes, o Tupi é quem estreia, contra o Ipatinga, às 15h.
Naturalmente, um questionamento se torna popular entre os amantes do futebol juiz-forano, longe de seus melhores momentos: qual a distância entre Baeta e Tupi neste Módulo II? Já antecipo que minha opinião pode ser carregada de pessimismo pelo carinho que tenho principalmente com o Carijó, clube pelo qual torci das arquibancadas por um tempo e, já como jornalista, cobri algumas das maiores alegrias e tristezas da centenária história alvinegra, com a bola rolando ou não. Impossível, afinal, não criar afeto por algumas pessoas que passaram pelo Salles Oliveira, como Toledinho, Walker Campos, Adeil e outros. Sem falar nos fanáticos torcedores.
E a distância entre Leão e Galo, hoje, não fica apenas por conta dos cerca de 5 quilômetros que separam o Poço Rico de Santa Terezinha. No aspecto organizacional, o Baeta já goleou. Trabalhou quieto, montou um elenco com atletas de qualidade e que estavam jogando. Apostou em Gustavo Brancão e Wesley Assis, treinador e auxiliar que discursam favoravelmente à intensidade de jogo e meritocracia. A pré-temporada, de notícias limitadas, trouxe, ao menos, uma expectativa de boa campanha no Mineiro.
O Tupi vive nova crise. Os diretores que neguem, mas é fato transparente. O clube tem a gestão da base investigada pela Polícia Civil e ainda perdeu seu investidor na última semana. Com o advogado Flávio Tavares, também saíram oito atletas e o então treinador Anderson Florentino. Sem falar na possibilidade de tombamento do Salles Oliveira, o que seria um duro golpe para a cúpula, que negociou a permuta do campo por uma nova estrutura, na Zona Norte. Impossível dizer que não houve prejuízo em todas as formas.
Rafael Novaes é um candidato a herói, já que aceitou um grande desafio de comandar um Tupi despedaçado em um Módulo II que promete equilíbrio em confrontos de todas as partes da tabela. Assim como Alex Nascif em 2020, o também juiz-forano Novaes pode ser queimado pela cultura resultadista e que certamente não levará em conta todas estas dificuldades que explodem no colo do novo treinador. Mas ele tem minha torcida. É um profissional que merece oportunidades em um clube como o Carijó – o certo seria em condições muito mais saudáveis.
Dito isto, como 2 + 2 são 4, o Tupynambás estreia passos à frente do rival. Um início pior do que o do Tupi surpreenderia. Ocorre que futebol não é matemática. Já vimos o preto e branco no topo da Série D com dezenas de problemas; subir para a Série B sem uma estrutura mínima, por grandes trabalhos de treinadores e atletas. É por isso que os carijós, tenho certeza, possuem uma ponta de esperança. E quando a bola rolar, o coração vai à boca e comanda o cérebro.