Obrigado, JF Vôlei!
Quem diria que no meio desse pesadelo que vivemos, uma notícia não relacionada à vacinação me traria uma emoção como a que senti hoje. E que poucas vezes tive ao longo da última década como jornalista esportivo em Juiz de Fora, pra ser honesto. O JF Vôlei está de volta à elite depois de uma campanha irretocável de 11 vitórias em 11 partidas feitas na Superliga B. É finalista da competição e ainda pode levantar seu primeiro troféu profissional.
Que pena a cidade não entender a importância desse feito. Sem jogar em sua casa, de várias portas fechadas, o JF Vôlei teve que viajar para Contagem sempre que mandava jogos. Passou por aeroportos em meio à pandemia, fez mais viagens que todos os adversários, ficou quase um mês sem treinar, três semanas sem jogar e superou todas estas e outras adversidades. E mesmo invicto e favorito, tentou antecipar o fim da competição, antes das semifinais, pela saúde de todos os profissionais envolvidos.
Mas o JF Vôlei está de volta à Superliga A com um projeto que prioriza a base, não faz loucuras financeiras e tem na ciência, nos estudos, o pilar para a formação de equipes competitivas mesmo sem o mesmo poder financeiro que alguns rivais. Tanto é que seria injusto destacar, nesta campanha, apenas um jogador. O time foi constante, eficiente, homogêneo. A começar pelo treinador, Marcos Henrique, há anos no projeto e que se dedicou inteiramente aos objetivos traçados em prol do crescimento do JF Vôlei, desde a atenção e ensino aos jovens das categorias inferiores.
Resta, agora, torcer na decisão. Mais importante, claro, que o projeto se consolide na primeira divisão novamente. Que alavanque outras agremiações da cidade. Que o juiz-forano entenda que o município precisa, sim, do esporte. Do Ginásio Municipal. E que o investimento em projetos esportivos não diminui a necessidade ou retira a aplicação de recursos em saúde, nosso bem maior.