Transformação digital: como participar dessa mudança?
Segundo levantamento do Sebrae, mais da metade dos empresários acredita que as vendas virtuais possuem maior potencial de expansão que as vendas físicas
A transformação digital não é um conceito do futuro. Esse já é um dos assuntos mais comentados nas empresas, das maiores às menores, e dos mais diversos setores econômicos. Algumas grandes empresas já fizeram essa transformação de forma plena, como a Netshoes, que, antes da mudança, tinha oito lojas físicas. Outras já nasceram no mundo digital, como a Kondzilla, que transformou o mercado da música e é hoje o maior canal do YouTube no Brasil e o quarto no mundo, com mais de 36 milhões de seguidores.
Mesmo para aquelas empresas que ainda não compreendem profundamente como ocorre essa transformação, será inevitável fazê-la, uma vez que a competitividade está diretamente relacionada à sua capacidade de ingressar no mundo digital, com maior ou menor intensidade.
No que tange às pequenas empresas, já houve uma melhora significativa no uso dos recursos digitais. Uma pesquisa realizada pelo Sebrae, no primeiro semestre desse ano, mostrou que 27% delas mantêm páginas na internet, enquanto o índice anterior era de 11%. Já o percentual de empresas com perfil no Facebook variou de forma mais discreta, de 37% para 40%.
Olhando para o futuro, mais da metade dos empresários acredita que as vendas virtuais possuem maior potencial de expansão que as vendas físicas. Isso mostra que eles já estão atentos a um dos aspectos mais sensíveis da transformação digital: o relacionamento com o cliente.
No mundo empresarial em que os empreendedores e gestores possuem muitas dúvidas e poucas respostas sobre como participar dessa mudança – o que exclui aqueles que já nasceram com uma pegada digital -, pensar em novas formas de contato com os clientes pode ser a melhor maneira de iniciar uma modificação que leve a empresa a essa transformação. Nesse processo, o avanço da tecnologia afeta a forma como as empresas podem se relacionar com seus clientes, e esses, por sua vez, mais plugados à internet, tendem a fazer maior uso das tecnologias digitais para se comunicarem e comprarem. Isso obriga os empreendimentos a se adaptarem ao novo perfil de consumidor.
Mas novas tecnologias são suficientes para colocar a empresa no mapa daquelas que aderiram ao mundo digital? Certamente que não. Como ponto de partida para essa mudança, um dos principais cuidados a serem observados é a forma como seus colaboradores compreendem e participam dela. Inseri-los em uma cultura digital não se faz por normas e imposições. É necessário propiciar condições para que eles desenvolvam suas competências no ambiente online.
O Sebrae desenvolveu ambientes e metodologias que permitem essa interação dos colaboradores. Empresas estão seguindo o mesmo caminho, mas encontrando muitas dificuldades. É preciso entender que não basta uma simples “mudança de chave”. Exige-se do empreendedor um trabalho de acompanhamento das tendências de mercado e de identificação da cultura digital que será instalada na empresa.
Nesse conturbado processo, uma coisa é certa: transformação digital se faz com colaboradores bem preparados para atuar nesse universo e também com empreendedores antenados às possibilidades que se abrem para os segmentos em que atuam.