Espécie de inseto é descoberta em parque estadual mineiro

Até o momento, o Cloeodes tovauna foi encontrado apenas em regiões do Sudeste do Brasil


Por Agência Minas

20/03/2025 às 13h12

inseto descoberto Parque Estadual da Serra do Brigadeiro foto IEF Divulgacao
Foto: IEF / Divulgação

Uma nova espécie de inseto foi recentemente descoberta no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). Denominada Cloeodes tovauna, a espécie pertence à ordem Ephemeroptera, conhecida por seu ciclo de vida peculiar. Os insetos dessa ordem passam a maior parte da existência na fase de ninfa, em ambientes aquáticos, e só emergem para a superfície na fase adulta, quando se reproduzem e morrem logo após. Esse ciclo de vida é a origem do nome “efêmeros” para a ordem.

A descoberta foi publicada na revista Zootaxa por Igor Amaral e Erika Cifuentes-Vargas, estudantes do Programa de Pós-graduação em Entomologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), juntamente com o professor Frederico Salles, do Departamento de Entomologia da UFV.

As ninfas de Cloeodes tovauna podem ser facilmente encontradas nas margens de córregos localizados no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Com um corpo hidrodinâmico e uma coloração marrom-escuro, com áreas esbranquiçadas, elas se destacam pela aparência distinta. O nome da espécie, “tovauna”, deriva de duas palavras do idioma Tupi: “tova” (cabeça) e “una” (preta), em referência à coloração marcante da cabeça do inseto.

Até o momento, Cloeodes tovauna foi encontrado apenas em regiões do Sudeste do Brasil, especificamente nas áreas de Mata Atlântica de Minas Gerais, incluindo os municípios de Araponga, Ouro Preto e Catas Altas, bem como no Parque Nacional do Caparaó, no Espírito Santo, e áreas adjacentes.

Para o analista ambiental da Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade (URFBio) Mata do IEF, João Carlos Lima, toda nova descoberta cientifica em uma unidade de conservação reforça a real importância destas áreas, demonstrando que o equilíbrio ambiental que a população tanto almeja é possível. “Temos o habito de valorizar as espécies maiores, como mamíferos, répteis e aves, contudo, essa nova descrição, que não tem nada de ‘efêmera’, mostra que ainda temos muito para conhecer das nossas unidades de conservação”, frisou.

Essa descoberta amplia o conhecimento sobre a biodiversidade da região e destaca a importância da preservação dos ecossistemas aquáticos da Mata Atlântica.

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