Margarida Salomão toma posse como prefeita de Juiz de Fora
Além de prestar solidariedade às famílias de vítimas da Covid-19, a petista reforçou acenos já realizados durante a campanha eleitoral
Margarida Salomão (PT) foi empossada, nesta sexta-feira (1º), em reunião solene na Câmara Municipal de Juiz de Fora, como prefeita de Juiz de Fora para o quadriênio 2021/2024. O ex-vereador Kennedy Ribeiro (PV) também recebeu a posse como vice-prefeito. A solenidade foi conduzida pelo novo presidente da Casa, vereador Juraci Scheffer (PT), que, pouco antes, fora eleito para suceder o vereador Luiz Otávio Fernandes Coelho (Pardal, PSL) na presidência da Mesa Diretora. Margarida chega à Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) como a primeira mulher eleita para o cargo na história da cidade.
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Após entregar o diploma concedido pela Justiça Eleitoral para habilitá-la a ocupar o cargo, Margarida fez a leitura do compromisso de posse. “Prometo manter, defender e cumprir a Lei Orgânica Municipal. Observar as leis da União e do Estado. Promover o bem geral dos munícipes e exercer o cargo sob a inspiração da democracia, da legitimidade e da legalidade.” O rito foi repetido posteriormente por Kennedy. Em seguida, ambos assinaram o livro de posse, quando então foram declarados prefeita e vice-prefeito por Juraci.
Ao tomar a palavra para o primeiro discurso, Margarida, primeiramente, mostrou-se solidária às famílias das vítimas de Covid-19 em Juiz de Fora. “Quero, neste momento de tanta alegria, em que se inaugura um novo ano, um novo governo, uma nova legislatura, pedir licença para reconhecer a tristeza que nos envolve. Nossa cidade pranteia 504 óbitos até ontem, 31 de dezembro. Quero reverenciar a memória de todas essas pessoas, manifestar, como prefeita, a solidariedade do Município à dor de seus familiares, e reiterar que continuamos a enfrentar uma situação sanitária muito preocupante, com 13.567 casos de Covid confirmados e 45.091 casos em investigação desde o início da pandemia.”
Primeira mulher eleita para ser prefeita, Margarida relembrou a própria trajetória político-institucional. Ela foi a primeira reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e, ainda, a primeira deputada federal eleita por Juiz de Fora. “É nesse contexto de agravada dificuldade que me torno prefeita, a primeira mulher na história da cidade a desempenhar essa honrosíssima função. A primeira, espero eu, de muitas que me sucederão e poderão contribuir ao Município com a riqueza de suas lutas e de suas histórias. Trago comigo as dores e as descobertas no desbravamento desse caminho.”
De acordo com a prefeita, o maior desafio à frente da PJF será restabelecer a confiança da população no Poder Público. “Vencer a desesperança e o desalento com uma postura política fundada em quatro eixos: ética e transparência; participação social na tomada de decisões; austeridade nos atos e na representação do estado; e impacto real das políticas públicas na melhoria da vida das pessoas.”
Margarida já faz acenos
Conforme a prefeita, o legado de algumas gestões petistas municipais – como as de São Paulo, Porto Alegre, Fortaleza e Belo Horizonte – contribuíram para diretrizes adotadas no plano de governo aprovado nas urnas pelo eleitorado juiz-forano. Margarida reforçou a inclusão social como prioridade do próprio governo, assim como fizera durante a campanha, o que, como acrescentou a petista, será praticado por meio da participação popular.
A prefeita, então, sinalizou que a participação popular será colocada em prática já junto à comunidade do Bairro Poço Rico, diante da insatisfação com a obra do Viaduto do Tupynambás. “Vamos instalar imediatamente um fórum de discussão e busca de soluções para esse conflito. Quero dizer que entendemos que mobilidade é um bem a ser assegurado a todas e a todos. Não pode ser só para os trens ou para os carros. Tem que ser também para as pessoas: para os pedestres, os ciclistas, os passageiros de ônibus.”
Em meio à insatisfação de lideranças empresariais com o recuo do Município para a onda vermelha do Minas Consciente, Margarida ainda apontou a necessidade de “diálogo e compreensão” no enfrentamento à pandemia de Covid-19. “É uma crise sanitária gravíssima, que tem também gravíssimos efeitos sociais e econômicos, que não podem ser negligenciados quando se busca uma estratégia de enfrentamento a essa enorme dificuldade. Segunda-feira estamos abrindo um ciclo de conversas e consultas, que, estou confiante, resultará em uma solução construída participativamente e que contemplará os melhores interesses da cidade.”
Por fim, ao afirmar que “a eleição acabou”, Margarida ressaltou que estará aberta ao diálogo com quaisquer forças políticas, lembrando que, mesmo antes de ser empossada, já se encontrou com vários deputados estaduais e federais, bem como com o governador Romeu Zema (Novo). “Nosso governo está aberto para dialogar com todas as forças políticas da cidade, com todas as candidaturas que legitimamente se expressaram na última disputa eleitoral. Sou a prefeita de todas e de todos que, como cidadãs e cidadãos, merecem de mim todo o respeito constitucional e democrático.”
Ajustes na máquina
Como já anunciado na última quarta-feira (30), Margarida entregou à Câmara, para tramitação, uma Mensagem do Executivo com o projeto de lei que visa a reajustar a estrutura administrativa do Município. “Trata-se de um rearranjo para tornar exequível a realização do nosso programa de governo. Longe de oferecer uma proposta de reforma da Prefeitura, proposta que poderemos amadurecer e vamos oferecer a seu tempo, uma vez implementadas as profundas mudanças que queremos realizar, tornando, aí sim, a máquina administrativa mais leve, mais ágil, mais eficaz e mais enxuta.”
Tópicos: eleições 2020