‘Fake speeches’ ou palavras ao vento


Por Sagrado Lamir David, médico e escritor

28/09/2018 às 07h00- Atualizada 28/09/2018 às 07h43

Os famosos discursos, com os quais os políticos procuravam impressionar os – antigamente – ingênuos eleitores, das épocas iniciais dos regimes chamados de democráticos, hoje, com a instituição realista das chamadas notícias mentirosas, usando-se os termos da língua de Abraham Lincoln, chamam-se “fake news”. Deveriam, isso sim, em épocas de eleições, como as nossas, que já se aproximam, com esse tumultuoso número de candidatos, distribuídos em incontáveis partidos, religiões e ideologias, ser substituídos, ao contrário do já usual “fake news”, por “fake speeches”, em português gritante: discursos falsos. Ou não é?

Desculpas, para aqueles que forem eleitos, sempre existirão para justificar as prosopopeias mentirosas que usaram para se elegerem… Mas será que eles já sabem da mentalidade atual dos inteligentes eleitores, já em número suficiente, e já sabedores de tal demagógica “realidade”? Claro. E, mais do que demagógica, pois compromete a única relação corajosa e ética que deveria imperar entre candidatos e eleitores: o brio da verdade daquele que propõe e daquele que acredita! Mas… mais reticências… o que vemos?!

O número enorme de desempregados, famintos cidadãos a tentarem sustentar suas queridas famílias, cujos filhos já, também, se vitimam por dificuldades materiais e educacionais, “obrigam” – entre aspas mesmo – que pais amorosos e conscientes de suas necessidades básicas – alimentos para a família, segurança de moradias e trabalhos bem remunerados – se tornem “eleitores” de crápulas candidatos. Candidatos estes que nem estão se preocupando com as próprias credibilidades, lançando mão da desonesta compra de votos, envolvendo o íntimo dos eleitores em suas reais necessidades de sobrevivência digna com suas famílias, usando o vil metal para conseguirem seus reais intentos!

E que intentos?! Intentos nobres e democráticos?! Jamais!

E as provas, e até punições, estão à vista de todos nós, graças a essa atitude que jamais houve em nosso país: a brilhante, corajosa e objetiva operação Lava Jato, que, tenho certeza, jamais será impedida de, cada dia mais, descobrir novas corrupções, dando o nome dos corruptos, já impedindo que muitos deles se candidatem, e abrindo os olhos daqueles que serão eleitos. Os eleitores sensatos e democratas verdadeiros os estão observando, desde já, antes das eleições, além da Justiça Eleitoral, mais do que atenta, para desencadear suas armas legais contra muitos que ainda estão sendo investigados no rol numeroso de atuais e futuros candidatos fichas-sujas.

Para terminar, apenas digo: corruptos do passado, do presente e, especialmente, do futuro, ponham suas barbas de molho, mesmo as mulheres sem barba, pois nosso Brasil caminha, a galope, para a verdadeira e necessária democracia do povo, pelo povo e para o povo! Isso, com exclamações, sem nenhuma reticência para o futuro. Vamos lá!

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